31 de dez. de 2020

Samuel, o dominó e o ano novo

           Esse final de ano, conseguimos um dominó com figuras de animais pra Samuel, como ele ama bichinhos, adorou o presente e todos os dias separamos um tempinho para brincarmos juntos.

Logo na primeira vez que fomos jogar, expliquei pra ele a regra do jogo e ele rapidamente aprendeu. Sabia que tinha que jogar peças que combinassem com as peças que estavam na mesa e ganhava quem terminasse com as peças que estava na mão primeiro. Porém no decorrer das partidas, Samuel começou se negar a jogar algumas peças, percebemos que as peças que tinha os animais que ele gostava ele não jogava. Por mais que explicássemos, ele sempre ficava com as peças nas mãos e perdia o jogo.

Analisando aquela cena, eu fiquei pensando que muitas vezes nós somos como Samuel. Sabemos as regras do jogo, temos as peças certas para jogar na mesa, porém não queremos abrir mão do que gostamos e acabamos perdendo no “jogo da vida”.

Sim, a vida é um jogo e é preciso saber viver, graças a Deus conseguimos chegar ao final desse ano, e que ano tão difícil e penoso, porém para sermos felizes no próximo ano que chega precisamos abrir mão de algumas “peças”. Precisamos saber o que vale a pena levar e o que eu preciso deixar.  Por mais que achemos que abrir mão do que gostamos vai nos prejudicar, muitas vezes é o que vai nos salvar e nos permitir chegar ao objetivo e ganhar. 

Eu já fiz uma lista de peças que precisarei jogar na mesa, que precisarei abrir mão e caminhar, não dá pra ficar segurando algumas coisas que pensamos que vai nos fazer feliz mas na verdade, não nos levará a caminho algum.

Hoje, último dia do ano, eu e Samuel jogamos de novo e adivinha? Ele continuou segurando as peças nas mãozinhas dele sem querer soltar. E você? Até quando vai segurar o que você sabe que precisa deixar? Até quando vai perder, sabendo as regras, simplesmente por não querer abrir mão?

“Quem não consegue abrir mão do essencial, não está apto para viver o extraordinário. ”

Pense nisso e tenha coragem de abrir mão, com certeza você terá um ano novo com lutas sim, mas com grandes vitórias também.

Feliz Ano Novo!!!

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@naivnm 

15 de dez. de 2020

Sobre roupas, combinações e liberdade

Eu não usava camiseta branca, na verdade não usava desse modo, eu não gostava, achava que não combinava, tinha tantas crenças negativas a respeito da bendita camiseta branca...

Fiz esse ano uma consultoria com Sarah Duarte do @lookdequinta com 4 encontros. Já cheguei falando que não usava camisetas, que não usava isso, nem aquilo, que não gostava, que engordava, que ficava feio, que sujava e blá blá blá... Porém a cada encontro eu era impactada com uma verdade e alguma crença minha era desmoronada.

Aos poucos eu fui conhecendo a verdade sobre meu corpo, tipos de roupa, combinações, cores análogas e fui me libertando de tudo o que eu achava que era errado, que não combinava, etc. Assim finalmente consegui usar a camiseta branca, com um acessório lindo. Amei, me senti bem e liberta. Obrigada @sarahduarte
Dessa mesma forma é o evangelho verdadeiro de Jesus o Nazareno, você vive sua vida, perdoe a redundância, cheio de crenças limitantes, cheia de traumas, acha que não pode isso, não pode aquilo, isso não é pra você ou que você não vai conseguir. Você pensa que o evangelho é pode ou não pode, que é frequentar templos, fazer jejuns e rituais sem sentido...

Até que você se encontra com Jesus e aos poucos, a cada encontro com Ele, a cada episódio da vida dEle você vai conhecendo a verdade e vai se libertando, você vai entendendo quem Ele verdadeiramente é, que Ele realmente disse e o que Ele quer e separou pra você. Você então conhece o que é a Graça e que ninguém mais pode te condenar, julgar e que você não tem que fazer ou deixar de fazer porquê alguém disse ou deixou de dizer.

E aí você vai se abrindo e se permitido viver uma vida mais leve, mais feliz, você troca seu jugo com o dEle, que é suave e um fardo leve e então finalmente você experimenta a camiseta branca, você experimenta a graça de Jesus.

E aí, meu bem, você conhece a verdadeira liberdade. Você ainda terá tristezas e inseguranças, desafios e dúvidas. Será que essa "roupa" tá boa?

Mas dessa vez é diferente pois agora você conhece o verdadeiro "consultor" da sua vida, Jesus Cristo, o Nazareno.

Então? O que tem te limitado?

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@naivnm

2 de nov. de 2020

Samuel e os nós da mangueira - sobre sonhos e objetivos impedidos

 Hoje eu e meu filho pela manhã ficamos com a função de regar nosso jardim, então fizemos o trabalho em equipe. A torneira estava distante, tínhamos que primeiro colocar a mangueira e puxar até o jardim. Samuel ficaria com a função de ligar a torneira. Então, depois que eu levei a mangueira na posição certa eu gritei: - Filho, pode abrir. 

Daí ele disse: - Tá bom, mamãe. 

Depois de uns minutos eu esperando a água não chegava... 

- Filho, você já ligou a torneira?

- Já, mamãe.

- A água não está chegando. 

- Mas eu não sei o porquê?



Então, eu saí de onde eu estava e fui até a torneira para saber qual era o problema, e no meio do caminho e percebi que a mangueira estava com nós, presos que impediam a água de passar. 

- Filho, mamãe descobriu o problema, a gente não pode deixar esses nós na mangueira. 

Daí ele disse mas eu não consigo tirar. Então, tiramos juntos. 

De vez em quando, enquanto eu regava a água parava e eu percebia que era algum nó, então parava tudo e tirava os nós e prosseguia. 

Ao final da nossa tarefa eu aprendi uma lição: Muitas vezes em nossa vida as coisas não fluem e a água não passa, porque tem nós impedindo. A gente faz tudo certinho, mas simplesmente não acontece e não conseguimos concluir ou chegar ao nosso objetivo porque tem alguma coisa travando o processo. E aí eu parei pra refletir, em minha  vida quais são os nós que tem impedido a água de fluir. Porquê eu não consigo alcançar o meu objetivo final?

Você já parou para se fazer essa pergunta? Sempre temos nós, travando a água de fluir e com isso estão impedindo as bençãos de chegar, se você na parar tudo desatar esse nó, tirar tudo o que impede, você não conseguirá prosseguir. 

Pare o que tá fazendo e volte ao início e veja o que está travando todo o processo, resolva e depois prossiga em seu caminho. Aí sim você verá as águas fluírem, as bençãos chegarem e você conseguir cumprir seus sonhos e objetivos. 

Um grande abraço.

@naivnm

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27 de out. de 2020

Homens, violência gera violência

Nesse exato momento estamos como que paralisados e perplexos com tamanha violência masculina que temos presenciado aqui.


Talvez e com certeza não imaginávamos que seria assim. Nosso imaginário de África não existe. Pensávamos que tudo era lindo, maravilhoso, animais e safáris por todos os lados, natureza, matas, tudo de bom e mais um pouco. Romantizamos ou idealizamos uma outra África, sem defeitos ou efeitos da colonização e afins.

Primeira questão é que existem várias Áfricas, não apenas uma, são várias realidades, culturas, línguas e religiões distintas. E a África é o terceiro continente mais extenso do planeta com cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, cobrindo 20,3% da área total da terra firme do planeta. É o segundo continente mais populoso da Terra com cerca de um bilhão de pessoas, representando cerca de um sétimo da população mundial, e 54 países independentes. Falo da realidade que vivemos, Moçambique, um dos 10 mais pobres do mundo.

Estávamos em casa ontem por volta das 19h quando ouvimos gritos, bracejos, alguém mesmo a barafustar e não era longe de nós. Saí de casa e espreitei pela porta, quando percebemos que era no vizinho do lado. Uma família que conhecemos faz pouco tempo, um pai e uma mãe com três crianças pequenas, idades talvez entre 2 e 10. Esse desespero e gritaria estava a durar mais de 15 minutos. Então pedi um amigo para que fosse verificar o que era, talvez pudesse ajudar em alguma coisa, não sei. Como somos brasileiros, aqui estrangeiros nem sempre é sábio nós envolver em tudo que nos acontece.

Depois de mais uns 15 minutos ele voltou relatando que era o marido que estava a espancar a esposa e os filhos. Ela apenas fez um questionamento a ele e essa foi a reação dele. Espancamento, feriu-a e expulsou a própria família de casa. Como assim? Que tipo de relacionamento estamos vivendo nas nossas casas? Que tipo de exemplo temos dado aos nossos filhos e pessoas mais próximas?

Homens machistas, arrogantes, violentos, inescrupulosos, sem amor, odiosos, tóxicos, doentes, maus, horrendos, gananciosos, profanos, vazios, animais irracionais, inimigos de si e de Deus. Parece até mesmo que estou descrevendo e lembrando a fala do Profeta Paulo ao jovem líder Timóteo no ano de 64-65 d.C. falando sobre os tempos difíceis que chegariam. Infelizmente cabe muito bem a nossa realidade de hoje.

Exatamente agora quando escrevo, no dia seguinte ao fato ocorrido, está acontecendo tudo de novo, a noite seguinte tudo se repete. Tu acredita?

Corremos e apenas colocamos nosso filho pra dentro, disfarçamos, liguei uma música alta, fomos colorir e voltei a escrever. Mas como relaxar e viver uma vida colorida se a realidade é sem cor, sem perdão e sem amor?

Pior foi ouvir de outros aqui como resolver essa situação, ou como resolvem mesmo. Chamam a polícia ou também os irmãos dessa esposa, eles dão uma surra nesse marido e aí ele "amansa" e tudo fica "bem". Como assim? Vamos resolver a violência com mais violência? Até quando vamos agir dessa forma desumana? O que aconteceu com os ensinamentos do Mestre Jesus de amar a teu próximo como a ti mesmo?

Lorena Chaves em uma de suas canções nos questiona: "como acostumar com a dor e a miséria sem se comover? Aonde está o seu amor?"

Carole Patman (1988), apontou que o patriarcado é um sistema de poder parecido com o escravismo.

Paulina Chiziane, uma das maiores escritoras moçambicanas diz: "Cerramos as nossas bocas e as nossas almas. Por acaso temos direito à palavra? E por mais que a tivéssemos, de que valeria? Voz de mulher serve para embalar as crianças ao anoitecer. Palavra de mulher não merece crédito. Aqui no sul, os jovens iniciados aprendem a lição: confiar numa mulher é vender a tua alma. Mulher tem língua comprida, de serpente. Mulher deve ouvir, cumprir, obedecer."

Parece até que estamos vivendo na série da Netflix "Bom dia Verônica." Na pele de Janete. Que loucura! O que fazer no meio dessa confusão?

Como homens negros mudemos essa realidade, mudemos esse sistema patriarcal opressor ultrapassado. Tenhamos coragem e força de quebrar o ciclo da violência contra a mulher e contra nós mesmos.

O que vamos fazer com esses casos tão próximos a nós e tão comuns aqui em Moçambique? Estamos procurando e pesquisando a melhor forma de tratar esses casos. Se tens dicas e informações podem nos dizer. Nossa missão e propósito é de alguma forma tentar mudar ou fazer parte da mudança na vida dessas mulheres, crianças , homens e famílias.

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@elicostavnm

30 de set. de 2020

10 anos de casados! Gratidão!

Exatamente nesse dia 18 de Setembro, há dez anos atrás, estávamos casando no cartório! Uma data que marcou nossas vidas pra sempre.


Bodas de estanho é a celebração do décimo ano de casamento.

Também conhecida como Bodas de Zinco, esta comemoração marca a união de uma década de um casal após a oficialização do matrimônio.

Por norma, as bodas de casamento simbolizam materiais ou substâncias que representam os anos do relacionamento. Quanto maior for o número de anos de casamento, mais valiosos e resistentes são os materiais a eles atribuídos.

De modo geral, as bodas de estanho (ou zinco) são uma das mais comemoradas pelos casais, perdendo apenas para as bodas de prata (25 anos de casados) e as bodas de ouro (50 anos).

O estanho é um metal que pode ser facilmente maleável, característica esta que é associada ao estado em que se encontra o casal no seu décimo ano juntos: maleáveis e receptíveis aos desentendimentos cotidianos ou as particularidades “menos fáceis” da personalidade de cada um.

O zinco, por sua vez, também é conhecido por servir de proteção contra a ferrugem de alguns materiais, como o ferro e o aço, por exemplo.

Em comparação com o matrimônio, esta é uma característica dos casais que, neste período da vida a dois, já desenvolveram uma barreira contra os pontos negativos e que interferem a construção de uma boa relação no casamento.”

Somos gratos a Deus por nos unir. Pessoas tão diferentes, cabeças diferentes, estilos diferentes, talvez até mais diferenças que semelhanças. Mas são essas diferenças que fazem quem somos hoje! Mais pacientes, amorosos, respeitosos etc. E em todas as coisas Deus tem um propósito, só Ele sabe, só Ele conhece e em alguns momentos, se nós assim permitimos, Ele se revela àquele que o busca. Estarmos hoje no norte|interior de Moçambique nesse tempo com um filho de quatro anos foi e tem sido plano de Deus para nossas vidas. Estar, viver, compartilhar e aprender com esse povo, compartilhar o amor de Deus e a sua graça através de seu filho Jesus.

Não há nada melhor do que cumprir nosso chamado e vocação, no lugar exato onde Deus planejou que você estivesse nesse tempo e ainda melhor, com a pessoa que você ama. Com certeza é um misto de gratidão, satisfação, felicidade e completude.

Agradecemos a vocês que tem participado em cada momento, nesses nossos anos de amizade, cumplicidade, amor e união. Agradecemos a vocês que tem estado com nossa família em oração e envolvimento conosco e em nossos projetos. Agradecemos a JMM por sonhar junto conosco, caminhar lado a lado na missão de Deus para essa terra.

Que venham mais 10, 20, 30, 40, 50 anos e muito mais!!! Se estivermos juntos e unidos vamos a qualquer lugar do mundo!!!

Com muito amor.

Eli & Ana Costa

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26 de ago. de 2020

"Provai e vede..." Por uma nova experiência de vida e alimentação

Hoje a devocional foi em Salmos 33, o versículo 8 nos convida a provar o Senhor e ver o quanto Ele é bom, porém essa história de provar me lembrou experimentar, que me lembrou de comida. A Nai de 10 anos atrás não comia uma alface, nenhuma verdura, nada que tivesse a aparência saudável. Quando alguém me oferecia algo parecido eu nem provava nem experimentava. 

Tudo mudou quando ao final da graduação tive uma crise de gastrite e o médico disse que se eu não parasse o refrigerante, salgadinhos, Nescau, chocolate, miojo, toda essa "comida de universitário" eu iria ter uma úlcera e isso ia virar câncer e eu ia morrer. 

Até hoje eu penso que ele estava exagerando mas no auge dos meus 21 anos funcionou e eu na época parei tudo isso. Meu corpo sentiu o refrigério, melhorei e no final do tratamento nunca mais comi miojo e refrigerante, vou fazer 10 anos sem beber... Tá bom, tá bom, às vezes eu bebo schweppers citrus mas só isso, mas esse não é o foco... a questão é que eu passei a provar as verduras e legumes, os pães low carb e as comidas diferentes. E hoje a Nai de 34 anos tem uma saúde melhor do que a Nai de antes. Nesse 1 ano aqui em Moçambique, nada de ficar doente. Eu me permiti experimentar uma alimentação mais saudável e vi que era bom. 

Não me privo de comer outras coisas que gosto, pois não são tão saudáveis assim, tudo bem. Mas olho pra trás e tenho maior orgulho de mim mesma.

"Provai e vede..."

Então, com esse texto eu queto te fazer dois convites: 

1) Você de fato experimentar Jesus e perceber o quanto Ele é bom. Entenda, falei ter una experiência com Ele e não virar um religioso. 

2) Pra você ter uma alimentação mais saudável. Entenda não é um convite pra você fazer dieta e emagrecer. É um convite pra você se permitir comer melhor. Uma alimentação equilibrada é cura para a maioria das doenças, traz ânimo, alegria, disposição.... prove e veja o quanto é bom. 

E aproveitando já que não sou nutricionista quero agradecer meus amigos nutricionistas que me ajudaram nesse processo de mudança de mente e indicá-los pois são os melhores @dr.luizfernandomiranda @carinelimanutri @aleparavidino e a Health Life Coach @wanessamuller.coach

Vai lá. Experimente e veja o quanto é bom. 

Beijos

@naivnm
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11 de ago. de 2020

Afinal de contas, o que é ser pai?

Ser pai é com certeza pegar pela mão, é responder perguntas desconcertantes e inesperadas. Dizer que não temos respostas para todas as perguntas, é dar o braço a torcer, é abrir mão as vezes, é dizer sim e dizer não na hora certa e da forma certa . É cuidar dos filhos dia, noite e de madrugada se precisar. É levar os filhos no médico, e também pra passear regularmente, mesmo que se esteja em meio à Pandemia 120 dias em casa, é preciso criar estratégias sem colocar a vida dos filhos e da família em risco. Ser pai é se virar, é falar alto e grosso mas em gritar.

É dialogar com seu filho, falar e ouvir, às vezes ouvir bastante e talvez não falar muito, mas agir e ter atitudes de amor em relação a ele e também a sua família, é viver em amor e respeito. Ser pai é ensinar o B-A BA, sentar do lado no chão, colorir com ele, montar quebra cabeça com ele, contar a mesma história 10 vezes se ele pedir. 

É colocar pra dormir, fazer comida pra ele, dar comida pra ele, dar banho nele, ensinar ele a plantar, regar, esperar e depois talvez colher os frutos. Ensinar a ele que as vezes as coisas acontecem e as vezes não. Regular o tempo do YouTube, do celular e afins. Ser pai é corrigir e disciplinar com amor, é trocar experiências e aprender também com outros pais e educadores. Ser pai é saber que talvez a forma de educação do século passado não funciona mais hoje. São novos tempos, novas tecnologias, novas formas de se relacionar com as pessoas e com o mundo e novas crianças, por isso se exige novos pais.

Seja um pai firme, consciente, de palavra acertada e branda e que não negocia seus valores e princípios em meio a uma sociedade onde a família está cada vez mais em decadência e dilacerada.

Ser pai não é dar tudo o que meu filho quer mas saber o que realmente ele precisa. Quais são as necessidades e carências dele nessa fase e idade?

Um pai não nasce pronto se constrói. Você se constrói. Veja que tipo de pai você é, por qual caminho paterno tem seguido. Se não teve bons modelos talvez, busque exemplos, não os culpabilize, se espelhe em homens de verdade, que são honestos, pacientes, compassivos, que dialogam, que demonstram afeto, que choram, que admitem seus erros, que perdoam e pedem perdão, que realmente cuidam de sua casa e de seus filhos, que fazem a diferença na sociedade a partir é claro de seus lares.

Essa mensagem é pra você que é um pai em construção como eu. Vamos juntos. Pegue seu filho pela mão, com amor e carinho, mostre o caminho, mesmo que esse caminho não esteja lá tão pavimentado e acidentado, seja aquele pai do "A vida é bela", responda seus questionamentos, esteja pronto para isso, crie tempo de qualidade com ele, na hora exata fale com ele sobre sexo, sobre trabalho, vocação, dinheiro, como tratar as pessoas e as mulheres a sua volta. Melhor até, ensine a partir de sua vida aí invés de sempre querer das sermões e lições de moral, puxe a responda pra si. 

Ore com ele e por ele, mostre a ele quem é o nosso Deus, nosso salvador, nosso guia, nosso refúgio, nossa fortaleza, nosso porto seguro, nosso amigo etc. Por fim, ensine ele a amar e que lá na frente ele seja um pai de verdade e que ame a outros também. Sinceramente, muito do que disse aqui aprendi com o meu pai Samuel, que amo demais! Estamos longe fisicamente mas perto do coração. O que ele me ensinou coloco em prática com nosso pequeno Sam e demais crianças ao nosso redor.

No amor de pai,
@elicostavnm

...

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27 de jul. de 2020

Sobre o conceito de beleza e cultura

Quem me acompanha de pertinho sabe que tenho feito maior esforço para ter uma alimentação saudável e exercícios físicos regulares. Corro três vezes na semana e praticamente não como mais "besteiras", exceto meu pãozinho que as vezes não consigo dizer não pra ele.  Tenho feito isso pela minha saúde.
Aqui não tem hospitais com aquela infraestrutura e eu não quero voltar pra casa doente. Mas é óbvio que emagrecer também é meu objetivo, e já consegui eliminar 2kg. Já é alguma coisa. Na nossa cultura brasileira, mulher bonita é mulher magra e infelizmente acabo trazendo isso pro meu subconsciente, apesar de ser grata pelo meu corpo e já ter aprendido a me aceitar bem com isso.

O fato é que eu mudei de cultura e aqui o contrário que é bonito. Para uma mulher ser linda em Moçambique ela deve ser gordinha, quadril largo, pernas grossas, aliás, tudo grande. Quase morri quando cheguei na igreja e uma mulher falou: “Como você está ficando mais bonita, está a engordar...” ah gente, imagina uma brasileira ouvindo isso? E o jovem ao lado dela ainda confirmou: “Sim... Já está aparecendo mais bochechas. ” Na hora, mudei meu semblante, mas quando olhei pra eles super sorridentes olhando pra mim lembrei: Ei, você mudou de cultura. Agradeci o elogio e prossegui arrasada. Certa de que meu esforço não está adiantando. E pra piorar, esses dias coloquei uma foto no WhatsApp e uma outra jovem moçambicana falou: “Como você está fofa, está linda. ” Hahaha, ah misericórdia.

O que eu quero dizer com isso tudo é que...

Beleza está relacionado diretamente com a cultura, com a forma em que você foi criada e como você foi doutrinada. Isso mesmo, se você cresceu vendo que belo é uma mulher branca de cabelo liso, olhos claros e magra, você nunca conseguirá ver outros tipos de beleza. E o que eu tô achando lindo aqui é que o conceito de beleza deles é completamente diferente do que eu aprendi. E que bom. E viva as diferenças. É tão bom você ser livre com seu cabelo, cor e corpo.

Por isso meninas esse recado é principalmente para vocês: Se você está reclamando por estar gordinha, ou o cabelo tá crespo e a cor não te agrada etc., mude de cultura, mude sua mente, com certeza você é linda, perfeita e fofa... só não te ensinaram isso. Colocaram ou impuseram outra cultura pra você. Pense nisso e se ame do jeito que você é. Ah, mais não se esqueça, se alimente bem, beba muita água e faça exercícios físicos. Isso é bom pra saúde, é bom pra você.

Beijos, FOFA. (ELOGIO MOÇAMBICANO)
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20 de jul. de 2020

Carta aos pais e mães

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar. ” Nelson Mandela
Olá amigo e amiga, se você está recebendo essa cartinha é por conta de 3 fatores:
1. Você é muito nosso amigo e uma pessoa que amamos 
2. Você é mãe, pai ou responsável
3. Você é branco ou não negro

Vem cá pra gente conversar, nos últimos dias todos nós assistimos estarrecidos a brutalidade de policias com pessoas negras. Primeiro foi o João Pedro, um adolescente de 14 anos que foi morto pela polícia enquanto estava brincando em sua casa no Rio de Janeiro. Depois o George Floyd, um homem inocente que foi asfixiado pela polícia, enquanto isso ainda pedia socorro. E para piorar e “fechar a semana” a gente viu um menininho lindo de 5 anos, deixando sozinho em um elevador, a procura de sua mãe, ele acabou caindo do prédio de 11 andares, por negligência da patroa da sua mãe que deveria estar cuidando dele. Adivinha a cor do menino? Exatamente. Preto.

O que esses fatos têm a ver com vocês, com seus filhos e com a forma que você cria eles? Tudo a ver. Já sabemos que o racismo no Brasil não é algo pessoal, ou individual, é algo estrutural e institucionalizado e permeia todas as áreas da nossa vida. Para piorar, o racismo no Brasil é negado dia após dia. E o que acontece com uma doença que a gente nega, fingindo não existir? Isso mesmo. Ela nunca é curada. Assim como o racismo brasileiro. Dentro desse contexto, eu quero com muito amor e carinho, sim, amor e carinho falar sobre o racismo. Porque sempre que falamos desse assunto pensam que estamos com raiva e queremos vingança, mas essa é outra pauta. Eu quero deixar algumas orientações com vocês para tratar desse assunto com seu filho de forma que ele cresça entendendo o que é racismo, que ele existe e que devemos erradica-lo de nossas vidas. E por quê precisamos falar sobre esse assunto “chato e ruim” com nossas crianças? Porque faz parte da educação, assim como falamos de abusos e outros assuntos penosos.

De 0 a 1 ano: No nascimento, os bebês olham igualmente para os rostos de todas as raças e etnias. Aos 3 meses, por exemplo, os bebês olham mais para os rostos que correspondem à raça e etnia de seus cuidadores.

De 2 a 5 anos: A maioria das crianças usam a sua própria aparência para escolher colegas de brincadeira.

De 4 a 5 anos: Expressões de preconceito racial costumam atingir as crianças aos 4 a 5 anos.

5 anos: No Jardim de infância, as crianças mostram muitas das mesmas atitudes raciais mantidas por adultos em nossa cultura. Eles já aprenderam a associar alguns grupos mais altos do que outros.

E é esse tópico que quero abordar com vocês. Com 5 anos, crianças já conseguem fazer uma análise do meio em que vive. Então se seu filho é branco ou preto de pele clara, e ele só convive com crianças brancas, e a empregada de casa é negra, se na escola dele só tem crianças brancas, professores brancos, diretores brancos e os faxineiros são negros, se os programas que ele assiste, os livros, e a bíblia infantil, os personagens principais, príncipes, princesas, anjos e reis são sempre brancos, e o “mal”, o diabo, o monstro o pecado é preto. O que essa criança vai aprender? O que ela vai entender? Ela vai associar, o que muitos de nós já associamos, que tudo o que é negro ou preto, é ruim, é mal e só serve para me servir, para estar “abaixo de mim”.

Nunca esqueci um dia que eu estava em uma festinha de criança do meu primo, que é branco, estuda em escola particular e logo todas as crianças, TODAS as crianças da festa eram brancas. Eu estava sentada com uma amiga, que também é negra, conversando. Em um dado momento, uma criança que deveria ter seus 6 aninhos atravessou a sala, passou por todas as pessoas brancas e parou ao lada da minha amiga e pediu: Tia, você é a babá de fulano? Pega água pra mim? Uau... como ela, com apenas 6 aninhos, achou que minha amiga, que também tinha sido convidada da festa estava ali para servir? Por que ela não pediu ou perguntou se outra pessoa branca era babá? Vocês estão percebendo? Como nossos filhos vão crescendo em meio aos preconceitos raciais?

-Tá bom Nai, já entendi. Como eu faço então para minimizar esses impactos se eu sou branca e minha família é toda branca? Vamos lá:

1.      Seus filhos precisam ter relações com negros, que não sejam de subalternidade

Quando a criança só tem acesso a relações com negros onde ela, hierarquicamente se assim podemos dizer, tem superioridade, o laço, por mais genuíno que possa ser, é construído com base em uma posição de superioridade. Quando esse relacionamento é feito em um cenário que ambas estão na mesma posição hierárquica a ideia de superioridade tende a se desfazer.

2.      Contar a verdadeira história da escravidão

 Uma das formas mais eficazes de submissão é negar a história de luta do povo oprimido. E é isso que os currículos escolares fazem quando o assunto é a história da escravização negra. Vários abolicionistas negros como Luiz gama e Maria Firmina, se quer são mencionados nas escolas. Revoltas como dos Malês são maquiadas para tirar o protagonismo negro, a importância dos quilombos, as heroínas negras e etc.

3.      Consumir conteúdo negro

 Quando for assistir um desenho ou dar um livro infantil dê preferência aos que tenham negros como protagonistas. Todos os meios de massa e todos os produtos da indústria cultural tem um impacto gigantesco no imaginário infantil. Ele pode criar ou reforçar imagens e preferências. A cultura da mídia fornece modelos daquilo que significa ser homem ou mulher bem sucedido, poderoso ou impotente, também fornece o material com que muitas pessoas constroem seu senso de classe, de etnia e raça.

Esses três tópicos são somente algumas dicas entre várias outras que você pode incluir na educação do seu filho para que ele não cresça racista. Esses dias, meu filho falou que queria ter o cabelo igual do amiguinho dele que é liso. Eu tive que inventar uma história, que ficou tão legal que quero publicar, para ensinar a ele como Deus foi criativo e deu uma cor, um cabelo e um corpo diferente para cada criança. Agora ele está feliz da vida com a cor dele e o cabelo que tem, pois ele entendeu que a diversidade é uma riqueza. Talvez amigos, você precisará usar a criatividade para que seu filho entenda que ninguém é inferior a ninguém. Que não existe mais bonito e mais feio, que não há cabelo bom ou ruim e que cada um de nós temos nossas qualidades e pontos que precisamos melhorar.

E por fim o principal, a mudança precisará começar em você. Olhe para dentro de si mesmo e observe se você “inconscientemente” está reproduzindo falas racistas, está tendo comportamentos que expressam o racismo. Sim, sei que é incômodo, mas ainda precisamos aceitar e mudar. Se não fizermos isso, continuaremos com esse mundo perverso e mal que temos e não é o que queremos.

A maioria dessas dicas foram tiradas do instagram @criandocriancaspretas da @deh_bastos que já tem mais de 73 mil seguidores e conta inclusive com o apoio de artistas brancos que tem crianças negras e conheceram de perto o racismo, que até então eles achavam que não existia como Samara Felippo, Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso e artistas também negros que ajudam na educação antirracista como Lázaro Ramos e Taís Araújo.

Outros livros que podem ajudar sua busca por uma educação melhor:
1.      Pequeno manual antirracista por Djamila Ribeiro Filosofa, esse livro pequeno e simples já está sendo um dos mais vendidos do Brasil.
2.      Sulwe de Lupita Nyong’o
3.      Mandela: O africano de todas as cores, por Alain Serres
4.      Amoras, de Emicida
5.      Flávia e o bolo de chocolate, de Miriam Leitão
6.      Tudo bem ser diferente de Todd Parr

Que Deus nos dê sabedoria nessa caminhada, que possamos deixar filhos melhores para esse mundo e que a Justiça, paz e amor reine em nossas famílias e em nossa sociedade.

Obrigada pela atenção, e aguardo seu retorno para conversarmos mais sobre.

Grande beijo, por Nai @naivnm
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#BlogVidaNaMissão

13 de jul. de 2020

Os livramentos que Deus nos dá são incomensuráveis

Você sabe o que significa esse palavrão do título? Significa que não se pode medir, sem limite, sem tamanho, não se pode ser comparado, imenso, incontável. Entenda que assim são os livramentos de Deus por nós. Seu cuidado por nós. Assim Deus mostra sempre a nós quem Ele é.


Em nossa última viagem de emergência eu e meu amigo missionário Roger Yoshimura, na caça por um dentista, cruzamos estados, chamados províncias ou municípios aqui em Moçambique, fomos de Lichinga para Nampula. Um viagem de carro de 12 horas e cerca de 700 kilômetros de distância, dependendo do caminho que se escolhe e como a situação das estradas estão e se é tempo de chuva ou não.
Só que aqui não são 12 horas de viagem em estradas pavimentadinhas, sinalizadinhas e bonitinhas. São estradas de chão batido, terra, areia, barro e muita poeira. E em outro trecho barro com pedras com força, crateras, buracos e afins. Resumindo, não se pode correr, tem ir só no panande panande, tipo 20km/h tá bom e olhe lá. Apesar de o governo estar trabalhando já na pavimentação, muitas partes da estrada tinham homens e máquinas trabalhando. Muito bom mesmo. Dizem que já foi muito pior em outros tempos.

Com isso, já pode esperar que você vai ter um pneu furado, pode ter certeza. Mas dessa vez aprouve ao Senhor, em sua infinita bondade, graça e misericórdia nos dar esse livramento. Fomos e voltamos e não aconteceu nada. Nenhum pneu furado, nada.

E quando chegamos aqui. Estacionei o carro em casa. Durmo e acordo e o pneu está um pouco baixo. Vou lá no borracheiro dar um gás, volto pra casa. Durmo e acordo de novo. Quando amanhece o dia um dos pneus estava totalmente vazio e com certeza furado.  

Que livramento! Deus é fiel! Imagina ficar parado com um pneu furado, nessas estradas desertas que nem sempre passam carros e que não conhecemos. Na verdade era a primeira vez que viajava nessa estrada. Não se tem borracheiro, postos de combustível, na pegada AM/PM, loja de conveniência e tal... Aqui é outra realidade meus amigos.

Quando cheguei no borracheiro ontem, adivinha qual era o problema do pneu? Um vazamento causado por um espinho. Um espinho? Como assim? Parece até piada. Esse Deus com certeza é bem humorado e sabe nos fazer dar gargalhadas. Mesmo que as vezes sejam gargalhadas de nervoso. O que é um pequeno espinho comparado ao caminho que de ida e volta somados são cerca de 24 horas.

Cada vez mais Deus nos mostra que Ele sempre estar a cuidar de nós. Dos detalhes mais pequenos até os que julgamos maiores ou importantes. Resta a nós sermos gratos a Ele todos os dias pelos livramentos incomensuráveis que Ele tem nos dado e por tudo que Ele tem realizado e feito por nós.

Mais uma vez entendemos que Deus é bom em todo lugar e tempo. Ele nos ama. Sabe cuidar de nós.

Mesmo em tempos de Pandemia e dor, pense hoje, essa semana qual foi o livramento que Deus te deu. Seja grato a Ele. Confie, espere, descanse nesse Deus. Fale com Ele, tenha e nutra esse relacionamento com Ele todos os dias.

Fique na paz.

Eli Costa
@elicostavnm
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6 de jul. de 2020

Por um mundo com mais Elises & Jorges

Esses dias cheguei aqui na sala e meu esposo estava com os olhos cheios de lágrimas e o celular na mão, eu desesperada perguntei: Amor o que aconteceu? E ele com um sorriso me perguntou: Lembra de Nei, um ex-morador em situação de rua, ele sempre estava na praça quando nós íamos no café da manhã junto com Elis e Jorge? Eu respondi: penso que sim amor, mas prossiga, o que houve com ele? Então, ele saiu da rua, conseguiu um emprego, alugou uma casinha e agora me enviou uma foto dizendo que está fazendo curso de LIBRAS e tocando violão e agora vi no meu WhatsApp e ele me mandou as fotos. Naquele momento choramos juntos.

Nessa mesma linha de raciocínio temos pessoas como Bia Doria, esposa do governador de São Paulo, que alegou que não era correto dar comida ou roupa para pessoas em situação de rua, porque essas pessoas estão lá porque querem. Na verdade pessoas assim nunca terão essa sensação, nunca farão parte da história da vida de uma pessoa que conseguiu dar a volta por cima, porque alguém realmente se importou com elas.

Pessoas desse tipo, que vivem em sua bolha existencial, em seu palácio, em seus carros com vidros fechados, que não tem amor no coração, que acha que pessoas diferentes delas têm que continuar onde estão e que reproduzem essas narrativas preconceituosas e excludentes, nunca saberão o valor que é amar gente, o valor que é repartir, compartilhar, amar, ter empatia, servir... essas palavras não estão no vocabulário de pessoas como Bia Doria, e que infelizmente é a maioria que governa o nosso país.

Há cerca de 4 anos, o projeto Café Na Praça, acontece em Macaé na direção de Elis e Jorge. Um casal que tem o coração maior que o corpo.  Nesse tempo, várias pessoas, muitas mesmo, saíram da situação de rua, se livraram da dependência química, conseguiram um emprego, voltaram para suas famílias e cidades de origem. Tudo porque um casal que não pensava como Bia Doria, seguiu os passos de Jesus e todos os dias às 7h da manhã tomavam café na rua. Pessoas que ninguém chegava perto, que ninguém amava, que ninguém queria. Esse casal, ama, cuida, todos os dias, e hoje o projeto já é referência na cidade de Macaé e já conta com ajuda de outras pessoas e instituições e oferecendo não só café, mas almoço, roupas, yoga, ajuda psicológica, espiritual e física com a presença de médicos e pessoas responsáveis em políticas sobre drogas.

A gente tem muitos Dórias por aí, principalmente na direção do nosso estado brasileiro. Mas graças a Deus nós temos vários Elis & Jorges. Várias pessoas que sabem que vale a pena cuidar dessas pessoas em situação de rua e que COM CERTEZA não estão ali porque querem.

Com esse pequeno texto eu convido você a sair desse pensamento elitista, escravocrata e pecaminoso e partir para seguir os passos de Jesus, acompanhar os Elis & Jorges que existem espalhados em nosso país e oferecer o que você é e o que você tem. Saia da sua zona de conforto, ouça essas pessoas, olhe para elas, ore por elas e quando tiver liberado abrace elas também e você saberá o porquê elas estão ali e o quanto elas desejam sair. 

Obrigada meu Deus, obrigada mesmo por Elis & Jorge e a nossa oração é que o Senhor continue levantando mais deles em todo o nosso país e mundo. Pessoas assim fazem a diferença onde estão, transforma a realidade local, muda vidas e traz dias melhores para sempre.

Nai
@naivnm
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Projeto: Café na praça
Responsáveis: Elis e Jorge Facebook: Elis de Jorge
Local: Praça Veríssimo de Melo cidade de Macaé - Rio de Janeiro - Brasil
Quando: Todos os dias ás 7h da manhã e em horário de almoço também.

30 de jun. de 2020

Vai um ratinho aí?

Nessas nossas andanças e viagens missionárias por aí nos deparamos essa semana, no caminho para Nampula numa cidadezinha chamada Cuamba, com uma surpresa (se assim podemos dizer) que nós nunca tínhamos visto na vida. Na feirinha pela rua, estavam vendendo ratos no espetinho! EITA! QUE COISA! Um outro amigo, missionário também foi e comprou e mostrou a gente. Imagina você nessa situação!
Nossa primeira reação foi ter nojo. Achamos engraçado mas nojento. Era quase uma família de ratos, como podem ver nas fotos. Bom, sou bem corajoso e confesso que no Brasil meu estômago já foi mais forte. Aqui em Moçambique, apesar das comidas serem bem parecidas com as nossas e até bem mais naturais, tudo fresquinho, frutas, verduras, legumes e apenas alguns industrializados disponíveis, não estou podendo comer quase nada. Minha esposa, que me ama bastante e me conhece a quase 15 anos logo disse pra eu não inventar de comer ratos.

Confesso que estavam bem assadinhos, quentinhos, ao ponto e tal rs... Mas a verdade é que não encarei dessa vez. Preferi deixar passar. Nem sempre devemos encarar ou meter o louco e fazer, como diz minha mãe, estripulias por aí. Às vezes é melhor deixar pra lá mesmo. Não preciso provar nada pra ninguém. Nem dizer que pra ser missionário ou ser macho precisamos fazer isso ou aquilo.

É certo que se estivesse mesmo em uma aldeia e alguém me oferecesse deveria comer apenas um pouquinho e sem fazer cara feia, para não faltar com educação e desrespeito, mas dessa vez passou, ufa! Cada um tem a sua cultura e seus costumes. Não existem culturas melhores que as outras. Se pudéssemos fazer uma análise antropológica e científica, poderíamos dizer que existem pontos positivos, negativos e neutros em cada cultura. Na minha visão comer rato seria neutro, não estou acostumado a comer rato, se o outro come não altera nada pra mim, mas nesse caso pra eles é positivo, é bom e talvez até matem a fome deles.

Se tem uma coisa que temos aprendido nessa caminhada é respeitar as escolhas, pensamentos e cultura do outro. Já, por outro lado o casamento precoce, que meninas são forçadas em muitos países da África, é algo negativo, não podemos negociar com tais atos de crueldade. Temos lutado pra que isso diminua cada vez mais.

São cosmovisões diferentes, pontos de vistas diferentes, necessidades e situações diferentes da nossa. Dentro do próprio Brasil, que tem proporções gigantescas e continentais, temos nossas diferenças de sotaque, ritmos, danças, culinária, familiar e muito mais, imagina então em outros países.

Talvez na próxima eu tenha que encarar, quem sabe? Vamos ver qual será a nossa próxima surpresa e aventura da caminhada missionária.

Fiquem ligados!

Eli Costa
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