25 de dez. de 2018

Natal sem palavra(s) mas com atitudes

Ontem rolou pela 3° vez seguida, e pude participar, da Ceia de Natal na praça junto com aqueles que hoje já se tornaram nossos amigos que estão em situação de rua em Macaé. 
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Muito que tem acontecido na minha vida e que tenho deixado acontecer tem me levado a questionar que tipo de vida e que tipo de praxis e performance cristã tenho vivido/sido.

Lá pro meio da Ceia um brother meu, bem crente, veio me perguntar se o meu Pastorzão ia dar uma palavra. Eu disse que não e que a programação ia ser só aquilo (música, teatro, oração) mesmo e depois liberar a comida e ele refletiu e achou até legal. Me fez pensar também como estamos presos a certos dogmas e liturgias religiosas. Se não tiver isso ou aquilo não é igreja ou não é culto ou não é evangelismo.

Agora me veio novamente a mente a palavra palavra/linguagem e que está registrado no evangelho de João 1, que chamam de verbo, palavra em Grego Logos. Se liga: 

João 1:1-5

"Antes de tudo, havia a Palavra, a Palavra presente em Deus, Deus presente na Palavra. A Palavra era Deus, Desde o princípio à disposição de Deus. Tudo foi criado por meio dele; nada — nada mesmo — veio a existir sem ele. O que veio à existência foi a Vida, e a Vida era a Luz pela qual se devia viver. A Luz da Vida brilhou nas trevas; as trevas nada puderam fazer contra a Luz.

Ele que era antes de tudo. Natal é Jesus. Essa data, mas não exatamente essa data, não se trata de Papai Noel o "bom velhinho", trenó e renas, não se trata de amigo oculto, não se trata de jantares regados pra minha família/panela, não se trata de roupas e calçados novas e caras, não se trata de urso polar e pinguins bebendo Coca cola zero, não se trata de ser o que não sou no fim do ano o que não sou o ano inteiro, não se trata de nova maquiagem, não se trata de vermelho, branco e verde, não se trata de pinheiro enfeitado, não se trata de pisca pisca, não se trata de ir a praia, encher a cara e "curtir todas", não se trata de apresentação de cantatas de Natal em nossos templos trancados com nossos filhos solando e atuando lá na frente inflando nossos próprios egos e gostos, não se trata de shoppings lotados e torrar meu décimo terceiro todo num capitalismo desenfreado comprando coisas supérfluas que não preciso, pra agradar a quem não gosto. Isso não é Natal.  

Se trata de um camarada que era prometida e esperada a sua vinda. Nasceu, viveu, morreu por todos nós e um dia irá voltar para nos buscar pra morar em um lugar que Ele está preparando pra nós. Ele é a nossa esperança. Esperança viva em nossas vidas. Seu nome é Jesus Cristo. 

Não se trata de apenas mais uma ceia de Natal, uma vez por ano e tchau. Se trata de estar na praça todos os dias, de segunda a segunda, faça chuva ou faça sol, tomando café, dialogando, ouvindo, cantando, dançando, aprendendo, trocando, caminhando com eles na praça. Aliás, sempre os vejo e esbarro com eles nas ruas todos os dias. Mas será que por que não me importo e não faço absolutamente nada para mudar a realidade deles ou pra saber o que aconteceu para que chegassem a essa situação e o que estão sentindo e o que pensam...?

Quando me lembro de que Jesus fazia a diferença, era luz, trazia paz, mudava a história, não excluía. Poderia julgar e condenar mas trabalhava com segundas chances. Amava, perdoava, incluía, abraçava, trazia para perto. Se esse amor me alcançou, precisa alcançar outros ainda. Se tenho tenho que compartilhar com quem não tem. Se posso outros tem que poder também. Se tenho outros também tem o direito de ter.

 Se trata de uma vida e um estilo de vida inteira e completa de amor, graça e compaixão imensurável e sem controle.

Deus abençoe sempre Jorge e Elis e a todos os envolvidos nessa caminhada! Estamos juntos! Vamos nessa!

Eli Costa

4 de dez. de 2018

Pode vir alguma coisa boa de Nova Holanda?



Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem e vê. (Jo 1: 45, 46)

Há 14 anos congrego em uma igreja de uma comunidade em Macaé chamada Nova Holanda, nós de fora chamamos de comunidade, mas eles sem nenhuma vergonha chamam de favela, mas eu continuarei falando comunidade porque essa palavra significa concordância, concerto, harmonia.

A nossa igreja tem 2 slogans: Adorando a Deus e servindo a Comunidade | Uma Igreja chamada para Incluir.

Quando chegamos lá há 14 anos atrás, não tinha uma pessoa na igreja com graduação, exceto o pastor. Não lembro quantas pessoas tinham, mas os professores das classes, ensinavam maravilhosamente bem, porém só tinham até a 5ª série, todos muito amáveis com um enorme desejo de adorar ao Senhor e fazer a diferença a partir de onde estão.

Meu pai (pastor da igreja) então começou com sua série de sermões, e o que ele mais pregava era sobre Jesus, nosso Cristo que andou com gente humilde que valorizou mulheres e crianças e que nos trouxe vida e vida em abundância. Aprendemos com ele que quando o evangelho de Jesus chega o local tem que ser transformado e a nossa vida também em todas as áreas. Meu pai também ensinava dia após dia que era possível sonhar e depois de citar Jesus vivia citando Martin Luther King (I Have a Dream...)

Aos poucos as pessoas foram mudando: “ sendo Transformado pela renovação da mente”. Começaram a estudar, a caminhar, a sonhar. Literalmente todo mundo voltou a estudar. Da Tia Li, nossa mãezona até a criança mais pequenininha, a palavra que definia ele era DETERMINAÇÃO e logo definia nossa igreja também. Literalmente quase todos os adultos voltaram a estudar, e os adolescentes que encontramos foram ensinados a avançar.

Assim que chegamos criamos um grupo de Jovens chamado JUBANOVAH e após 1 ano o primeiro tema da nossa festa foi: Ultrapassando barreiras. De fato a frase simbolizava isso que estávamos fazendo e os anos foram passando e nós fomos avançando. Mas eu estou escrevendo esse texto porque um dos nossos acabou de dar um grande passo que estamos extasiados com a vitória. E eu quero aproveitar e citar como alguns jovens desse grupo resolveram seguir aos ensinamentos de Cristo orientado pelo meu pai e avançaram e realizando seus sonhos:

1.      Daniel Lanes: Daniel não estudava quando o conhecemos, concluiu o ensino fundamental, o ensino médio, fez um curso técnico, foi aprovado em uma seleção, hoje é marinheiro, casado e cursa Teologia pela FABAMA em Macaé.

2.      Karen Vieira era apenas uma adolescente, foi selecionada para estudar no IFF Macaé. Tinha tantas dificuldades com Física e Matemática que pensou em desistir, orávamos por Karen todos os dias, ela se formou concluiu o técnico, o inglês, foi aprovada em uma seleção de emprego em uma das maiores multinacionais do ramo offshore do mundo, aprovada, foi enviada para Abu Dhabi e Dubai, depois França a serviço da empresa com apenas 21 anos.

3.      Ana Costa: Tinha 18 anos quando chegou em Nova Holanda, estudou no CIEP da Aroeira, foi aprovada para fazer o curso técnico no IFF e 2 anos depois prestou vestibular passando para 3 universidades públicas. Antes de completar os 30 anos, Nai já viajou para o Paraguai, Chile, Peru, Paris, Quênia agora está se preparando para ir a Moçambique.

4.      Lucas Caetano hoje conhecido como Lukinhas Batera, quando chegamos na igreja tinha 6 anos de idade, a mãe dele olhou pra mim e perguntou (lembro-me como se fosse hoje): “Meu amor, você conhece alguém que dá aulas de bateria, porque esse menino bate nas minhas panelas o dia todo.” Hoje Lukinhas terminou o curso Técnico de Música no conservatório, baterista profissional, prestou concurso para prefeitura de Macaé, foi aprovado, toca com um dos maiores cantores da cidade e também já voou, a última vez que soube de Lukinhas estava tocando em Dallas EUA.

5.      Viviane Lopes, essa é superação nível hard rs. Vivi era literalmente da comunidade e não queria nada de compromisso com a igreja, mas simpatizava muito com o “tal grupo da Jubanovah”. Em um desses retiros que fazíamos Viviane resolveu entregar sua vida por inteiro a Jesus, escolheu ser missionária entrou no curso de teologia, e antes de concluir, foi para o Haiti, aprendeu tão bem a língua dos Haitianos, o crioulo, que se tornou líder da equipe, voltou e foi convidada a liderar uma outra equipe que ia para Colômbia, agora de volta ao Brasil está escolhendo qual graduação fazer e qual próximo avião pegar.

6.      E agora o nosso mais novo fenômeno e orgulho: Gustavo Ferreira. Quando chegamos Guga tinha 4 aninhos, ele foi meu pajem de casamento, como eu brinco ele é nosso afilhado. Guga cresceu, mas ele literalmente cresceu rs, com quase 2 metros de altura, resolveu ir atrás de seu sonho, ser goleiro de futebol, treinou, treinou, mas parece que não era isso. Atualmente depois de postar umas fotos bonitas com seu black, sua beleza chamou atenção que essa semana está desfilando nas passarelas da SPFW (São Paulo Fashion Week), nossa oração é que Deus também leve ele para as nações.

Quando eu vi a foto de Guga, nas passarelas e hoje ao entrar em nossa humilde comunidade cultuando ao Senhor, e ouvindo a pregação do pastor, agora com barba bem branca e pregando mais uma vez sobre Sonhos. Eu lembrei de alguns desses jovens que citei, a Bíblia diz que filhos são como flechas nas mãos dos guerreiros, meu pai diz que quanto mais você dobra o arco mais longe as flechas irão. Nossas flechas se foram, algumas ainda estão indo, para bem longe. Por quê? Porque resolveram acreditar, porque não desistiram, porque estudaram, porque avançaram, ou porque simplesmente sonharam.

Todos esses citados aqui desenvolviam ou desenvolvem um papel fundamental em nossa igreja, em nossa comunidade. Poderíamos como igreja até ficar tristes, poxa perdemos nosso Daniel que ajudava em tanta coisa, perdemos Karen nossa ministra infantil e que cantava na música, nosso baterista Lukinhas, nosso tecladista e cantor Guga, nossa pastora Ana, e breve nossa missionária Vivi. Mas eu não penso assim. Olho para trás e vejo que a comunidade em Nova Holanda se tornou um celeiro de sucessos. Povo guerreiro, povo feliz.

Dizem que a igreja é a cara do seu pastor, então como ele não podia ficar de fora também voltou a estudar e aos seus 57 anos conseguiu realizar seu sonho e graduar-se em Psicologia. Essa história é para dizer que vale a pena sonhar, vale a pena acreditar, vale a pena esperar, vale a pena servir, vale a pena plantar, pois no devido tempo colheremos. A pregação de hoje foi: Deus não vê como o homem vê, Ele vê o coração. Não importa como olham ou o que acham de você, não importa de onde você ou a qual família você pertence, quando você entrega sua vida nas mãos de Deus, trabalha e descansa nEle, seus sonhos são realizados.

Quer ir para as nações? Vem primeiro servir a comunidade local, quando cuidamos das coisas de Deus Ele cuida das nossas.

Quero concluir com uma frase do Martin Luther King: “Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito. ” E Elias Hermenegildo completa: Desde que seja para frente, nunca pare de avançar.

Ana Costa

20 de nov. de 2018

Duro é seu preconceito e racismo (20 de Novembro)


Durante muitos anos eu acreditei que meu cabelo era duro, hoje por causa da consciência negra eu sei que é Duro.

Duro é seu preconceito e racismo mascarado em tom de brincadeira.
Duro é ser confundido com a camareira do hotel, a garçonete do restaurante, faxineira do hospital etc. Nada contra essas profissões, mas me pergunto: Por que nunca me confundiram com uma empresária, médica ou doutora?

Duro é ter que explicar que todos os dias que sou negra e não mulata, morena jambo ou sei lá que cor querem inventar.

Duro é ter que ouvir que eu sou linda porque tenho os traços de branco e que se me cabelo fosse melhor seria mais linda ainda.

Duro é todo o dia 20 de novembro ter que ouvir que não deveríamos ter um dia da consciência negra mas sim humana, você deveria falar isso há alguns anos atrás, quando os “humanos” mataram Zumbi dos Palmares justamente porque ele defendia que nós negros éramos humanos, ah claro você não sabe quem foi Zumbi, né? Pois é, nós não temos consciência da nossa própria história.

Duro é saber que o Martin Luther King Jr. morreu com uma bala na cabeça porque disse que nós não deveríamos ser tratados diferente por conta da quantidade de melanina na pele.

Duro é saber que choramos pelo massacre dos judeus, mas somos insensíveis ao massacre dos negros que durou mais ou menos 386 anos e fomos o último país a declarara a “abolição”. Duro é saber que isso não nos choca.

Duro é ter que explicar que deveríamos lutar todos juntos contra as desigualdades sociais, contra o racismo, contra o xenofobismo, contra o feminicídio, homofobia, homicídio, ao invés de lutarmos um contra o outro.

Duro é saber que no Brasil sete em cada dez pessoas assassinadas são negras e ainda ouvir que isso é mimimi.

Duro é saber que o Brasil é o segundo país com a maior população negra no mundo ficando atrás somente da Nigéria e mesmo assim não somos representados em muitos locais.

Duro é saber que nós cristãos não falamos sobre isso na igreja porque achamos que não existe tal coisa, perpetuando assim o pecado que é a discriminação que acontece diariamente em nossos templos religiosos.

Duro é não abrirmos a mente para essa realidade, e não reconhecer, pois quando eu não reconheço que não estou bem, que sou racista e preconceituoso não tenho como me tratar. É por isso que precisamos falar de um dia, um mês da Consciência negra sim, para chegarmos a uma vida inteira e termos a consciência que somos todos IGUAIS.

A caminhada é longa. A luta continua!

“... Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; - Atos 10:34

Ana Costa

15 de nov. de 2018

Um dia de cada vez | Basta cada dia o seu mal.


Você já ouviu falar em uma dessas frases? Então, eu também. Interessante é que ontem eu assisti uma palestra sobre redução de danos e dependência química e eles usam muito essa frase para a pessoa que quer se tratar: “Acima de tudo, faça-o um dia de cada vez.”
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Essa madrugada ao ler Mateus 6. Percebi que essa frase não se aplica somente nesse contexto, mas sim em toda a nossa vida, precisamos aprender a viver o hoje.

Eu tenho uma prima missionária que atualmente está com seu esposo e filhinho na África do Sul, mas há alguns anos atrás quando ela morou no Mali, um outro país do continente africano, ela me contou uma experiência que me marcou muito, nem sei se ela lembra dessa história. Ao chegar no vilarejo ela e os amigos foram a feira comprar temperos, frutas, etc. Como bom brasileiro eles foram pegando vários tomates, várias cenouras, perceberam que o alho estava separado em gomos, porém eles pegaram todos. Daí veio o feirante africano e disse que eles deveriam comprar apenas o que iria consumir hoje e amanhã caso precisasse eles retornariam para comprar o de amanhã. Uau... que lição, né?

Porque me fez lembrar exatamente do maná do deserto. O povo de Israel estava no deserto, com fome, e Deus fez o milagre e caiu maná do céu, mas tinha uma ordem, deveriam pegar apenas o que iria consumir no dia e não poderia guardar para o dia seguinte. Ora, o povo com fome, seres humanos, você acha que alguém obedeceu? Não. Eles comeram o do dia e guardaram o do dia seguinte e quando amanheceu, o maná estava podre, mas Deus enviou a provisão no dia novamente. 

Todas as manhãs cada um pegava o necessário para comer naquele dia.” Êxodo 16

Sabe o que essas duas histórias nos ensinam?
Viver o hoje, orar hoje, amar hoje, perdoar hoje, resolver o que tem que resolver hoje. Uma vez ouvi dizer que o hoje chama-se presente porque é uma dádiva de Deus, o ontem já passou e o amanhã você não sabe se virá. Não quero pregar aqui que não precisamos de planejamento e organização, mas o que adianta também se preocupar com tantos planos se quem dá a última palavra é Deus? Pv. 16.1

É nessa dimensão que estou aprendendo a viver. Hoje eu estou feliz, esperançosa e alegre, amanhã não sei como estarei e nem estou preocupada.
É fácil? Não. 
A ansiedade vem? Sim.
Mas vai adiantar se preocupar? Não.
Então, vamos viver o hoje? Vamos.

“Se Deus dá tanta atenção à aparência das flores do campo e muitas delas nem mesmo são vistas, não acham que Ele irá cuidar de vocês, ter prazer em vocês e fazer o melhor por vocês? Quero convencê-los a relaxar, a não se preocuparem tanto... prestem atenção no que Deus está fazendo agora e não se preocupem quanto ao que pode acontecer amanhã. Quando se depararem com uma situação difícil, Deus estará lá para ajuda-los. ” A mensagem Mt. 6:30-34

12 de nov. de 2018

O que é fé?


Nesse tempo de espera, eu tenho pensado muito sobre a Fé. Interessante que nós cristãos sabemos o versículo decorado, o que é fé? “É o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se veem”. Hebreus 11:1
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Porém, colocar isso em prática é outra história. Eu gosto muito de conversar com a Vó do meu esposo, Vó Cremilda, mulher de Deus e de oração, sempre tem uma palavra certa no momento certo. Nem sempre é uma palavra que queríamos ouvir, mas sim o que precisávamos ouvir. Hoje ela me disse assim: Minha filha, ter fé quando tudo vai bem é fácil, quero ver ter fé quando as coisas começam a dar “errado” ou não sai do jeito que esperávamos. Voltei pra casa refletindo sobre isso e constatei que eu estou com a mesma sensação dos discípulos naquela passagem de Lucas 17:5 que Jesus está ensinando a eles e eles olham para Jesus e diz: “Senhor, aumenta nos à fé”.

Você já imaginou você está diante do Deus que faz milagres acontecer, que ressuscita mortos e que anda sobre o mar, você poderia pedir qualquer coisa a Jesus, porém, os discípulos pediram que Senhor aumentasse sua a fé. Talvez porque eles já tinham percebido, que ter fé ia muito além do que simplesmente acreditar. Fé implica em crer em algo que você não vê.

Pois bem, depois de tantos anos de cristã e alguns anos estudante da palavra, estando diante do Deus vivo, essa tem sido minha oração: Senhor me dá fé. Porque como a vó disse: Ter fé quando vemos algo acontecendo? Isso não é fé.

Fé é exatamente o contrário, fé é você crer quando não vê nada. Você espera, mas você não vê.

Prosseguiremos então nessa fé. Não vejo as passagens para Moçambique, não vejo o dinheiro para viabilizar tudo, não vejo nem as pessoas da agência que estão cuidando de tudo.

Mas eu tenho fé. Não fé na fé. Mas fé em Deus que garantirá que as coisas aconteçam no tempo certo, da melhor maneira possível. Enquanto isso eu continuo orando e pedindo: 

Senhor, aumenta-nos a fé? 

Ana Costa

27 de out. de 2018

Tempos sombrios

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém que amar era melhor do que armar-se. Que o amor deve vencer o ódio.

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém que bandido bom não é bandido morto, bandido bom é bandido restaurado e reinserido na sociedade.

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém que a escravidão no Brasil existiu SIM, e que por isso nós temos uma dívida impagável com a sociedade negra.

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém que não deveríamos aceitar um cara que afirma que o filho dele nunca casaria com uma negra porque ele foi bem educado.

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém que mesmo que não façamos parte da comunidade LGBTI, eles precisam viver, nós somos o país que mais mata essa comunidade.

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém que mesmo que não sejamos Índios eles têm o direito de ter as terras deles demarcadas.

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém que os quilombolas não podem ser comparados a animais, eles são pessoas como nós.

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém que mulher tem os mesmos direitos dos homens e que igualdade de gênero é algo tão óbvio que nem precisava ser falado.

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém porquê os cantores e “pastores” gospel estavam se unindo contra o “kit gay”, que nunca existiu mas eram incapazes de se unir contra a miséria, a desigualdade social, o feminicídio, o racismo e etc...

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém que não devemos querer um candidato que fale em nome de Deus, mas sim que governe para todos. E que o estado é LAICO.

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém que o Brasil não vai virar uma Venezuela mas pode virar Auschwitz.

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém que não podíamos ficar do mesmo lado da Ku Klux Klan, um dos maiores movimentos dos EUA que mais matou negros na história, e muito menos de Ustra ,único brasileiro declarado pela Justiça torturador na ditadura.

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém que era melhor votar em um candidato que ao ser ministro da educação do país criou 365 Institutos Federais, implantou o PROUNI, abriu várias universidades federais pelo país, investiu na ciência e pesquisa, em detrimento a um deputado que ficou 28 anos no poder e encaminhou apenas 1 projeto de lei sobre educação que nem foi aprovado.

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém que construir universidades era melhor do que construir presídios e que direitos humanos não é coisa de “esquerda”. Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição.

Eu nunca pensei que chegaria um tempo em que eu precisaria explicar para alguém que não podíamos aceitar tudo isso, por estar com raiva e vingança de um partido, cuja a informação vem da mídia comprada e pelo WhatsApp. Se não queremos votar em partido político por conta de problemas com corrupção, vamos ser sinceros aqui? Então não votaríamos em nenhum, mas dizer que PSL é limpo, não dá. E eu também não preciso colocar a tabela aqui mostrando a porcentagem de corrupção de cada partido brasileiro, né?

Eu sinceramente pensei que isso seria suficiente para nos fazer entender que o que está em jogo aqui não é direita versus esquerda, não é Kit Gay versus família brasileira, O QUE ESTÁ EM JOGO SÃO NOSSOS DIREITOS, NOSSA DEMORACRACIA, NOSSA HUMANIDADE.

Que nesse domingo, você pense em todas essas questões, esqueça um pouco as fake News e vídeos, reveja as frases postadas aqui releia as propostas de cada um e faça sua escolha. Não seja nulo nem branco, lembre-se:

"Não somos amados por sermos bons. Somos bons porque somos amados."

"Se você é neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado do opressor." Desmond Tutu.

Eu já escolhi o amor, e você qual vai escolher?

Ana, mulher, negra, cristã, mãe, esposa, estudante de escola pública a vida toda, Pedagoga pela UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense e  Licenciada em Geografia pelo IFF (instituto Federal Fluminense e aluna especial do Mestrado em Políticas Sociais da UENF)

26 de out. de 2018

Que cabelo é esse???

Oi gente tudo bem? Quanto tempo não escrevo, né? É porque ter a vida na missão não é fácil. Eu acabei de sair do cinema e assistimos o filme baseado em compositores, e se é uma coisa que aprendi é que assim que tivermos uma ideia precisamos escrever na hora porque senão ela se vai.
Então, eu gostaria de compartilhar o que vivenciei hoje. Pela manhã fiquei sabendo que teria o lançamento de um livro chamado: Que cabelo é esse, Bela? Fiquei enlouquecida! Aqui, em Macaé um evento desse com o livro que deve contar a minha história rs... com certeza tenho que ver de perto. Fomos então ao lançamento, conhecemos a autora Simone Mota, conversamos um pouco sobre a temática e fiz questão de comprar o livro, afinal ouvi a vida toda essa pergunta: Que cabelo é esse, Ana?

Ok, vamos pegar mais leve, eu nem sempre ouvia essa frase porque meu cabelo sempre estava muito bem trançado e penteado, sempre arrumado e nunca bagunçado. Na passagem da infância para adolescência nos mudamos de Salvador Bahia para Macaé Rio de Janeiro e aí a crise aumentou, não queria ir para escola com aquelas trancinhas, que minha mãe fazia com muito amor, eu ouvia de tudo: Filha de bob Marley, medusa, rastafári, imagina, que menina de 12 anos queria conviver com esse bullying? (e ainda tem candidato à presidência que diz que isso é palhaçada) mas não vamos falar sobre isso..rs

Mesmo com os pais maravilhosos que tenho que faziam de tudo para inculcar na minha cabeça que eu era linda e minhas trancinhas mais ainda, não adiantou.  A pressão da escola, mídia e igreja era muito mais forte, e assim depois de muita insistência, minha mãe conseguiu um dinheirinho e alisou meu cabelo, agora sim eu podia ser aceita e ter o cabelo pra baixo, domado, exatamente como deveria ser, afinal quem achava cabelo “pra cima” bonito?

Mas o tempo passou e mesmo que eu não ouvisse que Cabelo é esse? Eu via nos olhares das pessoas fazendo essa pergunta, porque mesmo ele pra baixo, arrumado e domado ele nunca estava com as pessoas achavam que deveria estar, como a mídia dizia que tinha que estar ou como meus colegas da escola e igreja achavam que tinha que estar. Eu poderia citar inúmeros casos de como a sociedade trata o nosso cabelo, mas quero trazer 3 exemplos: O primeiro que nunca pude dançar na coreografia da igreja, porque todas as meninas que dançavam tinham cabelos longos e soltos, por mais que elas nunca tivessem dito isso em palavras, eu sei que eu fugia do padrão. Uma outra vez cheguei de viagem e estava de escova, no decorrer da semana lavei o cabelo e deixei ele “natural” uma senhorinha me chamou ao final do culto perguntando se eu gostaria da chapinha emprestada, pois estava precisando. E para não dizer que só sofri isso na igreja, lembro uma vez na academia que ao final de uma aula, uma das alunas encostou em mim e perguntou porque eu não colocava “mega hair” no meu cabelo, pois ficaria melhor...difícil né? Mas vida que segue a gente se acostuma com o racismo e preconceito das pessoas, achando que isso é normal.

 A primeira vez que passei química nos cabelos eu deveria ter uns 14 anos, de lá pra cá eu tentei de tudo, meu cabelo parou de crescer, quebrou várias vezes, troquei diversas vezes de salão e economizava ao máximo para fazer o tratamento adequado, mas não adiantava, ele nunca estava bom, nunca estava do meu agrado e a pergunta sempre ecoava na minha cabeça: Ana, que cabelo é esse? Aos 20 anos estudando em uma universidade pública e ouvindo mais um pouco sobre a militância negra e o racismo algo dentro de mim começou a mudar, mas ainda era o começo. Quando me casei com 23 anos, realizei meu sonho agora eu trabalhava e podia arcar. Coloquei o tal Mega hair e casei com o cabelo liso, domado, e grande. Do jeito que as pessoas gostavam e do jeito que eu aprendi que era belo. Porém não adiantou porque eu continuei ouvindo a pergunta da sociedade: Que cabelo é esse? É seu? Onde colocou? Como comprou?

Mas Deus é bom e ao casar, ganhei mais uma pessoa que começou a reafirmar aquilo que meus pais sempre falaram, meu marido sempre dizia: Você é linda, e seu cabelo é lindo do jeito que é, você não precisa usar esse cabelo. E na troca do “mega hair”, 1 ano depois de casada mais uma vez o cabelo caiu, foi o fim, será que deveria me “assumir” de vez ou coloco o cabelo novamente? A dúvida ecoava dentro de mim. A essa altura o salão Beleza Natural (que tratava de cabelos crespos e cacheados) já estava ganhando fama, e aí eu vi uma possibilidade de ter novamente o meu cabelo “natural”.  Com o grande auxilio do meu marido, família e aí já entram algumas amigas que já tinham se “assumido”, eu consegui ir ao salão, tirar o “mega hair” e cortar todinho, no meu tempo falava que cortei igual a “joãozinho” agora já tem um nome em inglês pra isso: fiz o Big chop.

Mas como eu disse a mudança vem de dentro pra fora e é um processo, fiz o corte porém passei química novamente, dessa vez com a esperança que ele voltaria ao Natural e eu teria o crescimento e os cachos dele de volta. E lá se foram mais 5 anos, alisa, corta, cresce, abaixa, aumenta, com cachos, sem cachos, troca de salão, mantém o salão... até que depois dessa saga, eu engravido e aí vem o novo desespero e a pergunta ecoa: Como vou ficar com esse cabelo? 9 meses sem química. Por mais que aparecessem os “bonitos” tentando me dizer que com determinado tempo de gestão eu poderia colocar a química, eu já tinha determinado que não e aí veio a opção da infância, vamos colocar tranças. Agora vocês observem algo: eu tinha natural, cortei porque resolvi acreditar que era feio, e agora estava pagando para colocar novamente. E lá estava eu de tranças, cabelo arrumado, preso, e para baixo. Você deve tá pensando que após a gestação eu resolvi deixar a química de vez e assumir o cabelo? Não. Mesmo após 1 anos sem química, resolvi passar novamente um outra, com a mesma promessa, de ter um cabelo natural de volta, crescimento e cachos... Tudo por água abaixo. Da terceira vez que passei essa nova química meu cabelo começou a quebrar novamente e caiu. Mas dessa vez foi diferente de todos esses anos pra cá eu já tinha aprendido muito, eu não era mais a mesma, eu não aceitava mais as piadas, eu não me sentia mais inferior, eu poderia dançar, ir pra academia, fazer o que eu quisesse que a pergunta: Que cabelo é esse? Não me incomodava mais. 

Antes mesmo de engravidar em agosto de 2014 criei um grupo no WhatsApp: Cabelos Naturais, que cresceu e tomou uma proporção que foi além de mensagens, as experiências das meninas, me fortalecia. Até que no mês de setembro assisti um filme chamado: Felicidade por um fio. Pronto. Foi a gota dágua que eu precisava para me livrar de vez desse cabelo de química que me acompanhava há 18 anos. Sim quase 20 anos depois eu consegui realizar outro big chop mas depois desse corte não teve química, apenas o creme, um secador, um sorriso no rosto e a língua preparada para responder a pergunta: Que cabelo é esse? E sabe o que eu descobri? Que meu cabelo é lindo e tem cachinhos naturais.

Hoje um dos desejos que eu tenho é que as meninas não esperem 20 anos depois para descobrir que elas são lindas do jeito que elas são, muito menos casar para ser incentivadas pelos maridos a serem elas mesmo, e que a gente não precisa mais se envergonhar, que não precisamos mais nos privar, do que nosso natural.

Toda essa história para ressaltar que nós podemos usar mega hair, podemos alisar o cabelo, podemos colocar trancinhas, podemos fazer o que quiser, e é uma escolha e não há nada de errado nisso, mas precisamos saber que o nosso cabelo natural de verdade é bonito. Deus fez ele pra ser assim, para crescer pra cima, com cachos, as vezes definidos as vezes não e daí? Por que ele tem que ser domado e colocado para baixo?

 “E viu Deus que tudo o que fez era muito bom.” Gênesis 1:31

Nosso cabelo é bom. Ruim é seu preconceito. Bonito é ser você.  Seja você, Liberte-se.

“E nunca deixe que a opinião de outra pessoa virar sua realidade.”

E sobre o livro: Que cabelo é esse, Bela? Da autora Simone Mota, ainda não li mas já quero parabenizá-la pela iniciativa e dizer que como é maravilhoso sentir-se representada. Obrigada!

Ubuntu

Ana Costa

9 de out. de 2018

8 anos de casados e mais alguns muitos de amizade

A qualidade da foto em si não está muito boa, e será que isso realmente importa? Em tempos de mídias sociais, aparatos tecnológicos, smartphones de última geração e afins, tudo isso para se apresentar a "melhor" imagem possível para o outro. Com isso não pensamos muito ou não levamos muito em conta o que acontece por trás disso tudo.
Não quero estar bem na foto, apenas rs, quero estar bem e contente em nosso relacionamento diário. Lutando e perseguindo nossos alvos e objetivos, cumprindo juntos a missão que Deus tem nos direcionado, cuidando de nós, de nosso filho. E não ser mais uns na multidão vivendo uma vida fake. A vida é real e ela cobra de nós realidade.

Temos levado essa vida real e não fake. Sendo quem somos um para com o outro. Agradeço sempre a Deus por ter você do meu lado, literalmente ao lado, assim que Deus nos ordenou. Minha companheira, ajudadora, auxiliadora, minha metade, amiga para todas as horas. Até para as piores horas quando não estou bem, você está lá para me ajudar na caminhada.

 Hoje completamos mais um ano de casados. 8 anos de casados e mais alguns muitos de amizade. Muito obrigado por sempre estar comigo. Muito obrigado pela família que temos hoje. Com certeza você foi enviada por Deus para viver comigo pra sempre. 

Que esse mesmo Deus que separou você para mim e que nos uniu com um propósito, nos conceda ainda muitos anos de vida juntinhos. Que no tempo certo possamos realizar nossos sonhos de de viver em família na África, dedicando a nossa vida inteiramente a Ele e em direção aqueles que precisam ser alcançados por Seu amor e graça, pelo tempo que Ele nos permitir. 

Que esse amor, carinho, união, amizade, sinceridade, atenção, cuidado só aumente em nossas vidas...

Obrigado aos amigos e familiares que estão nessa caminhada conosco!

"Por onde for quero ser seu par..."

Te amo! <3 <3 <3

Eli Costa

28 de jun. de 2018

26 de Junho Dia do Missionário

Eu defendo a ideia de que todos nós somos Missionários, entendo que todos fomos chamados. Mas existe aqueles que tiveram um chamado específico e por eles que venho aqui agradecer e parabenizar. Foi vendo o testemunho de pessoas como vocês, que abriram mão de estarem próximos dos familiares, abriram mão do emprego, abriram mão de sonhos, para viver os sonhos de Deus, foi através dessas vidas que tenho aprendido a seguir esse chamado.

 

Pessoas normais, simples, sujeitas as mesmas paixões que nós, sentem medo, saudades, mas aprenderam a renunciar tudo em prol de um chamado. Sair de sua Jerusalém, indo até os confins da terra.

Parabéns para vocês, parabéns para nós. Não que isso seja um prêmio sei que vcs fazem por obediência, ou melhor nós fazemos por obediência, mesmo assim quero parabenizar por obedecerem e por me incentivaram a obedecer também. Assim como vocês fizeram comigo, quero fazer com outros incentivarem a seguir o chamado, porque não tem coisa melhor do que estar no centro da vontade de Deus.

Não tenha medo de 'abrir' mão do que você julga importante, o que importa mesmo é servir e obedecer a Deus e com isso também servimos ao nosso próximo.

Vida longa aos nossos Missionários, muita saúde e força para nunca desistirem de estar onde estão.

Mateus 4: 20 “Eles, pois, deixando imediatamente as redes, o seguiram.”

Eli e Ana Costa

30 de mai. de 2018

Instragado


   Quem ainda não tem Instagram ai que atire a primeira pedra! A coisa tomou uma proporção tão grande que quase todos nós temos. E o povo, inclusive eu rs, passam o dia inteiro tirando foto e postando, tirando foto e postando, tirando foto e postando. Mas será que as fotos que postamos lá tá batendo com a nossa vida?
   Vejo muita gente que sigo lá no Instagram, que faz questão de passar uma imagem que não é. Ainda mais nessa onda agora de querer provar pra alguém que está “bem” e tal. A parada hoje em dia é ostentar, essa é a onda do momento. E seguimos esse “famosos” com suas 

mansões, carros, lanchas, festinhas... e acabamos querendo fazer o mesmo, imitar.

   E o problema é que nossa vida está uma m... estamos passando por uma situação difícil em casa, no trabalho, no relacionamento, realmente nos estragando por dentro... Mas ao invés de resolvermos nossos problemas, que mesmo pequenos se não resolvermos no começo vira uma bola de neve, estamos tirando fotinhas bonitinhas escolhendo o melhor filtro, jogo da velha, jogo da velha, jogo da velha e pronto: 1 milhão de curtidas.

   Vamos ser reais. Enquanto tiramos fotinhas a vida ta passando. Vamos largar esse bendito celular e agir a vida, vamos pra luta. Assumir nossas dificuldades e pontos fracos, buscar ajuda e bola pra frente. A vida tá passando e nós tirando fotinha. Sai dessa lama.

   Vamos a prática: a partir de hoje faça uma lista das coisas a resolver, coloque prazos, trabalhe com metas e objetivos, um dia de cada vez, sem apressar muito as coisas, pesando no futuro, que não está longe mas sim bem perto de nós.

Eli

Pai de Neymar fala que Deus fará milagre na vida do filho

O grande assunto da mídia nos últimos dois dias foi a lesão de Neymar, causada por uma joelhada do jogador colombiano Zuñiga. A imagem do camisa 10 do Brasil caído no gramado foi divulgado pela imprensa de todo o mundo.

Mas engana-se quem acredita que a Copa acabou para ele. Pelo menos é o que pensa seu pai. “Seu” Neymar escreveu uma mensagem para o filho no Facebook, onde afirma:  “Estou hoje através de uma rede social falando com você porque vi uma nação e o mundo te devolvendo o carinho e apoio e orando para que seu sorriso e alegria volte o mais rápido possível. Agora vamos novamente como sempre erguer a cabeça, clamar a Deus e esquecer quem nos criticou ou nos fez mal e como você mesmo fala “Vida Que Segue” e “Tudo Passa”, porque Deus opera milagres em sua vida e vai te renovar como uma flecha. Confie em Deus e de alguma forma teu sonho se realizará! Bóra (sic) pra final! Te amo!”.

Aparentemente, ele acredita que o atleta possa estar em campo no Maracanã na decisão, dia 13. A fé da família de Neymar é conhecida. Evangélicos, frequentam uma igreja batista há muitos anos e o próprio jogador já falou sobre isso várias vezes. Curiosamente, chegou a tatuar a palavra “fé” no braço antes do Mundial.

A lesão ocorrida nas quartas de final, segundo os médicos o deixará sem condições de atuar por várias semanas. Segundo eles, não há como se recuperar a tempo.  O próprio Neymar Júnior parece resignado. Em um vídeo divulgado hoje pela CBF, o jogador aparece com cara de choro agradecendo todo o apoio recebido. Afirmou “Meu sonho ainda não acabou”. Sem prometer estar em campo, avisou apenas que confia na vitória de seus companheiros em campo.  Com mais de 800 mil visualizações apenas no Youtube, o vídeo foi compartilhado milhares de vezes nas redes sociais ao longo do dia.

Em várias ocasiões a família comentou que ele ora sempre antes dos jogos e pede apoio para seu pastor nos momentos de dificuldade.  No início da Copa, o pastor Newton Lobato, da Igreja Batista Peniel, que batizou Neymar em 2008, contou que constantemente faz contato com ele e o aconselha através do celular. Tempos atrás o site evangélico espanhol “Protestante Digital”, fez uma entrevista com Lobato que contou ter dado uma palavra profética ao jogador quando ele ainda era criança. Na ocasião, anunciou diante da igreja que Neymar seria um instrumento de Deus e um jogador importante no mundo do futebol.
por Jarbas Aragão


É apenas mais um que se vai



 A estatística é a seguinte: a cada dia 26 brasileiros morrem. E como tratamos isso? Exatamente como diz o título, É apenas mais um que se vai. A mídia então prefere não tocar no assunto, ou fazem o que sabem de melhor, mascarar o que realmente aconteceu. Ontem um jovem, igual a nós, se suicidou, Fausto Fanti, o "Renato" da dupla Hermes e Renato da MTV. O humorista foi encontrado morto com um cinto no pescoço em seu apartamento no bairro de Perdizes no final da tarde do dia 30/06. E já falei: quando o cara chega a tirar a própria vida é porque ele não vê mais saída nenhuma pra sua vida.
  “A taxa de suicídio entre adolescentes e jovens no Brasil aumentou pelo menos 30% nos últimos 25 anos. De acordo com especialistas, a galera não tem mais redes de apoio, vivendo o paradoxo da solidão em meio a milhares de contatos no Twitter e no Facebook.
Nesta época em que editamos a vida para exibir somente momentos de alegria transbordante, a pressão de estar sempre feliz às vezes torna-se insuportável. Quando as circunstâncias se agravam, o que poderia ser apenas um pedido de socorro pode transformar-se em ponto final da existência, tatuando parentes e amigos com uma dor permanente.”

Há pouco tempo escrevi outro texto veja aqui sobre o Champignon, ex-baixista (e que baixista hein) e compositor da banda Charlie Brown Jr morreu. O pior de tudo, se é que podemos dizer assim, que ele tirou a sua própria vida com um tiro na cabeça.
Triste realidade essa que vivemos e só tem aumentado. Por isso “cuide de quem corre do seu lado e que quem te quer bem, essa é a coisa mais pura”. Vamos cuidar, amar e saber o que realmente está rolando na cabeça de nossos amigos. Deus console os amigos e familiares que ficaram.

Eli com colaboração de Carlos Alberto Bezerra Jr.