17 de fev. de 2017

Amor de Deus é amor de mãe

   Eu li uma frase no Facebook de uma amiga que dizia assim: "Aposto que Deus é mãe porque se fosse pai, já tinha abandonado a gente." Eu ri. É claro que não posso dizer essa frase, pois meu pai é um paizão, mas combina exatamente com o que eu passei. 
   Hoje dia 15/02 eu interpretei de 8:30h da manhã até as 18:30h da noite, com direito a 30 minutos de almoço, nem todo dia é assim mas hoje foi. Pense em uma pessoa, exausta, esgotada, não conseguia nem mais pensar. Saí da escola fui direto pra casa da minha sogra onde estavam meu esposo e meu filho, que a essa altura já estava chorando com saudades de mim, visto que essa era uma das pouquíssimas vezes que ficamos tanto tempo longe. Cheguei ás 19h, dei o carro a Wesley para ir à igreja, e fui ao banheiro correndo, as mães que trabalham fora também sabem que quando a gente chega e  o bebê nos vê não os larga mais... então, sentei pra dar mamar, depois consegui tomar um cafezinho correndo e meu sogro me levou pra casa. Ao chegar em casa, sentamos no chão da sala eu e Samuelzinho e começamos a brincar, enquanto ele engatinhava de um lado para o outro sorrindo pra mim, eu ficava parada sem forças nem pra sorrir, sonhando com um banho demorado e reconfortante e imaginando onde encontraria forças para levantar, e cuidar dele, terminar a janta e o almoço de amanhã, ah e claro arrumar a cozinha. 

   De fato meu esposo é maravilhoso, mas definitivamente o dom dele não é cozinhar. Então sobra pra mim mesmo. Nesse tempo que eu estava ali jogada no chão, exaurida... eu ouço batidas na porta, daí eu perguntei quem era? Uma voz meiga e suave do outro lado respondeu: "Sou eu filha, vim trazer sua janta." Era minha mãe. Gente, pense... meus olhos encheram de lágrimas e acreditem os de Samuelzinho também. Não sei se ele também se emocionou ou se assustou com as batidas da porta... creio que a primeira opção, pois quando minha mãe entrou ele sorriu e engatinhou em direção a ela, se jogando aos braços dela. Nesse mesmo momento eu entendi o amor Deus com a gente, claro que é muito maior do que o amor da minha mãe, mas é exatamente assim. Quando a gente tá caído, no chão, esgotado, sem forças, e nem sabemos como nos alimentar, vem Deus bate na porta suavemente e diz: Sou eu, filha vim trazer o suprimento necessário para você. E daí a gente se lança nos braços dEle.  Ah claro. Não posso deixar de ressaltar que meu pai trouxe minha mãe de carro, não posso deixar a participação dele de lado rs.

   Final da história? Me levantei, tomei um banho maravilhoso, pois minha mãe ficou com Samuel enquanto isso, depois dei banho no meu bebê também, coloquei ele pra dormir e consegui jantar. Tudo por causa da minha mãe, seu amor, me levantou fisicamente. Ela sabia as minhas necessidades, ela conhecia minha casa, ela sabia que eu não tinha a janta toda pronta (mesmo sem eu ter falado com ela), ela sabia de tudo o que eu precisava, ela é minha mãe. Exatamente como Deus. Ele conhece suas necessidades, mesmo que a gente não fale, Ele sabe que você não está conseguindo levantar, que você tá caído, confuso e sem alimento. Mas Ele está na porta, dizendo: Filho sou Eu, o Grande EU SOU.

Então, abra, e se jogue nos braços dEle.

Amor de Deus é amor de mãe. 

Ana

3 de fev. de 2017

Sobre Viviane Lopes e os planos de Deus

Já faz um mês que minha amiga/irmã foi embora para outro país cumprir seu chamado. Eli desde então falou: Amor escreve sobre Viviane. Então pensei em um momento propício e nada melhor do que no dia do aniversário dela, 01/02. Mas porquê fazer um texto no blog sobre Viviane Lopes? Quem ela é? Acho que se ela fizesse essa pergunta pra ela mesmo, ela responderia: Serva de Deus, só isso e nada mais.

Quando penso em Vivi e lembro de todo o seu histórico de vida, minha mente me leva a transitar na história de Gideão. Lembra-se dele? Dos 300? Com certeza você vai lembrar-se do filme e pensar: ah Gideão era aquele guerreiro forte que venceu milhares de inimigos com apenas um pequeno exército. Mas nem sempre foi assim. Gideão, era igual a Vivi, não era importante, e pertencia a menor e mais insignificante tribo de Israel, quando Deus o chamou: Ele respondeu: Eu Senhor? Eu não. Sou o menor, fraco e sem importância, minha família é a mais pobre, não irei libertar o povo. Viviane também pensou assim, nascida e criada em uma comunidade chamada Nova Holanda na cidade de Macaé no Rio de Janeiro, oriunda de uma família humilde, seus pais se separaram quando a mesma, ainda era uma criança. Assim, Vivi foi criada com toda a liberdade que a fez conhecer esse mundão desde cedo, triste com o pai que a deixou e sem se dar muito bem com sua mãe, Vivi foi crescendo.

Aos 19 anos conheceu e começou a frequentar a Igreja Batista em Nova Holanda, surge então uma linda amizade. Viviane é alegre, espontânea, animada e amiga. Todos gostaram dela. Amor à primeira vista. Começou a ir a todos os retiros e acampamentos, porém ainda não tinha conhecido a Cristo. Conheceu a igreja, frequentou, conviveu, mas não se converteu. Um belo dia Viviane teve uma desilusão amorosa, foi a primeira e mais profunda, a pessoa em que ela entendia que se casaria com ela, não pensava assim. Vivi se separou e se separou também da igreja, se afastou e voltou para o mundão. Conhecemos várias pessoas assim, né? Não tinha quem fizesse ela voltar... ah e nesse meio tempo ela levou seus parentes e amigas próximas a conhecerem a Cristo, porém ela mesmo nada.

Como eu disse a igreja toda se apaixonou por Vivi e eu também. Era como se eu tivesse encontrado a irmã mais nova que não tive, nós tínhamos tantas coisas em comum, inclusive o dia do aniversário.
Vivi, afastada e eu inconformada. Eu pensava: mas gente, por que ela saiu? Deus tem tanto pra fazer na vida dela, uma menina que é líder, influencia pessoas, ela não pode ficar fora do que o Senhor quer fazer por ela, para ela e através dela. Então começa a saga pelo menos uma vez na semana eu ia à lojinha que ela trabalhava e falava com ela... uma conversa rápida, simples e superficial, mas nunca esquecia de lembrar a ela que Deus já tinha um plano. Lembro-me uma vez que estávamos no centro da cidade e falei: mãe vamos passar ali na loja que Viviane trabalha? Minha mãe olhou pra mim e disse: Minha filha, porque você não esquece essa menina? Ela não gosta mais da igreja e ela não gosta de você, não quer ser sua amiga. Eu respondi: ok mãe, mas vamos lá assim mesmo rs. Ninguém entendia minha insistência, mas o Espírito Santo me incomodava. Tinha uma música gospel do Marquinhos Gomes que estava fazendo muito sucesso nas Igrejas: “Ele não desiste de você, Ele se importa com você, Ele compreende seu caminhar, nunca vi um amor tão grande assim...” Curiosamente ela sempre gostou dessa música, até que um dia eu cansei e falei com ela: Vivi, ainda bem que Deus não desiste de você, porque eu já desisti. O milagre então aconteceu... Acho que depois de 5 anos afastada Viviane voltou aos pés do Senhor depois de um retiro,  finalmente entregou sua vida a Cristo.

Foram então quase 3 anos de discipulado intensivo. Vivi morreu pro mundo e nasceu para Deus, se reconciliou com seus pais, liberou o perdão e vice versa, mudou por dentro e por fora, modo de falar, agir, vestir, uma conversão que era percebida e testificada pelos próprios vizinhos do bairro que ficavam impressionados com seu novo estilo de vida.


Viviane começou a namorar, que felicidade... agora sim o Senhor estava restaurando sua vida, e nesse mesmo período recebeu o chamado do Senhor para servi-lo de maneira integral, mas como nós sempre achamos que os nossos planos são os planos de Deus, Vivi tocou o “barco” da sua vida, sempre firme na presença do Senhor, porém idealizando o seu casamento e nós ao lado dela vibrávamos crendo que essa era realmente a vontade do Senhor. (Cuidado você pode estar querendo tanto uma coisa, que acha que Deus está de acordo com isso.) Lembre-se “O coração do homem é enganoso.”

Data do casamento marcada, casa começando a ser construída, lugar de Lua de Mel sonhado, o que acontece? Outra decepção, daquelas de fazer o sujeito perder o chão e mais um sonho desmoronou na vida de Viviane, mas ela sabia que Deus estava no controle. A vida seguiu e ela aprendeu com esse mundão de Deus a ser resiliente, e depois disso ela realmente começou a seguir os planos de Senhor em sua vida, e em janeiro de 2016 Viviane se matriculou no seminário teológico e em agosto recebeu o convite da Junta de Missões Mundiais para participar do Projeto radical. Em 2015 Viviane tinha feito essa inscrição informando do seu chamado, mas nem ela mesma lembrava. Aí sim começa uma nova história em sua vida. Depois de fazer mais de 30 exames e passar por várias entrevistas, Viviane foi aceita então para o treinamento da 3ª Turma do Radical HAITI. Nesse tempo, fez sua primeira viagem de avião rs. foi para o Nordeste em um trabalho de campo, e no retorno em uma folguinha à mesma sem saber foi levada a conhecer Morro de São Paulo, uma ilha na Bahia, minha prima que também é missionária sempre falava pra mim: Prima, Deus é um Deus de detalhes. E Viviane “coincidentemente” foi ao lugar que ela sonhou em viajar na sua lua de mel. E o seu noivo? Jesus Cristo. Finalmente, Dia 10 de Janeiro Viviane partiu para o Haiti seguindo o seu chamado, e aquela menina da comunidade de família humilde, se tornou a líder da equipe e uma das melhores da turma no dialeto haitiano. O que aprendemos com isso tudo?

Deus usa quem ele quer, quando Ele quer, da forma que Ele quer. Não importa quem você seja. Às vezes você faz planos, porém os planos de Deus são sempre maiores e melhores que os nossos. Quando você deixa de controlar sua vida e entrega o controle nas mãos do Senhor tudo muda. Hoje Viviane está muito feliz, pois a melhor coisa do mundo é estar no centro da vontade de Deus. Vem você também viver nessa dimensão de vida. Deixe tudo para trás, inclusive seus sonhos e você verá como é maravilhoso viver os sonhos de Deus. 


Ana, discipuladora da Missionária Viviane Lopes