30 de jun. de 2020

Vai um ratinho aí?

Nessas nossas andanças e viagens missionárias por aí nos deparamos essa semana, no caminho para Nampula numa cidadezinha chamada Cuamba, com uma surpresa (se assim podemos dizer) que nós nunca tínhamos visto na vida. Na feirinha pela rua, estavam vendendo ratos no espetinho! EITA! QUE COISA! Um outro amigo, missionário também foi e comprou e mostrou a gente. Imagina você nessa situação!
Nossa primeira reação foi ter nojo. Achamos engraçado mas nojento. Era quase uma família de ratos, como podem ver nas fotos. Bom, sou bem corajoso e confesso que no Brasil meu estômago já foi mais forte. Aqui em Moçambique, apesar das comidas serem bem parecidas com as nossas e até bem mais naturais, tudo fresquinho, frutas, verduras, legumes e apenas alguns industrializados disponíveis, não estou podendo comer quase nada. Minha esposa, que me ama bastante e me conhece a quase 15 anos logo disse pra eu não inventar de comer ratos.

Confesso que estavam bem assadinhos, quentinhos, ao ponto e tal rs... Mas a verdade é que não encarei dessa vez. Preferi deixar passar. Nem sempre devemos encarar ou meter o louco e fazer, como diz minha mãe, estripulias por aí. Às vezes é melhor deixar pra lá mesmo. Não preciso provar nada pra ninguém. Nem dizer que pra ser missionário ou ser macho precisamos fazer isso ou aquilo.

É certo que se estivesse mesmo em uma aldeia e alguém me oferecesse deveria comer apenas um pouquinho e sem fazer cara feia, para não faltar com educação e desrespeito, mas dessa vez passou, ufa! Cada um tem a sua cultura e seus costumes. Não existem culturas melhores que as outras. Se pudéssemos fazer uma análise antropológica e científica, poderíamos dizer que existem pontos positivos, negativos e neutros em cada cultura. Na minha visão comer rato seria neutro, não estou acostumado a comer rato, se o outro come não altera nada pra mim, mas nesse caso pra eles é positivo, é bom e talvez até matem a fome deles.

Se tem uma coisa que temos aprendido nessa caminhada é respeitar as escolhas, pensamentos e cultura do outro. Já, por outro lado o casamento precoce, que meninas são forçadas em muitos países da África, é algo negativo, não podemos negociar com tais atos de crueldade. Temos lutado pra que isso diminua cada vez mais.

São cosmovisões diferentes, pontos de vistas diferentes, necessidades e situações diferentes da nossa. Dentro do próprio Brasil, que tem proporções gigantescas e continentais, temos nossas diferenças de sotaque, ritmos, danças, culinária, familiar e muito mais, imagina então em outros países.

Talvez na próxima eu tenha que encarar, quem sabe? Vamos ver qual será a nossa próxima surpresa e aventura da caminhada missionária.

Fiquem ligados!

Eli Costa
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Um comentário:

  1. É verdade, devemos respeitar a cultura de cada um. Mais Graças a Deus que você não comeu kkkk, tem que ter cuidado com o estomago. Beijos

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