Desde
quando descobrimos que estávamos grávidos, começamos a participar de uma série
de oficinas, palestras e rodas de conversas para nos prepararmos para o grande
momento, vivenciar em sua plenitude a maternidade e a paternidade. Logo no
inicio então, nós percebemos que ser PAI era para além de ajudar, na verdade
essa palavra nem deveria ser mencionada, então o que era ser Pai? Não era
ajudar a mãe? Não. Aprendemos que ser Pai era ser Pai e pronto, e que por isso
ele não só poderia mas deveria desenvolver e aprender todas as funções que eu
como mãe, também de primeira viajem aprenderia, que a única diferença é que
ele, o pai, não amamentaria, porém até nesses momentos deveria estar ao lado da
mãe. Ajudando? Não. Cumprindo seu papel de Pai.
Dessa forma nosso filho nasceu e com isso nasceu a mãe e o pai. Pra ele sempre foi natural cumprir o papel dele de pai, ás vezes é claro, tínhamos que ter uma conversinha ali e aculá para estreitarmos os laços e ajeitarmos as arestas. Não existe casamento nem educação de filhos sem diálogo.
Dessa forma nosso filho nasceu e com isso nasceu a mãe e o pai. Pra ele sempre foi natural cumprir o papel dele de pai, ás vezes é claro, tínhamos que ter uma conversinha ali e aculá para estreitarmos os laços e ajeitarmos as arestas. Não existe casamento nem educação de filhos sem diálogo.
Mas nessa trajetória, percebemos
que para a sociedade o homem cumprir o papel de pai não era tão natural assim.
Lembro de uma vez que fui palestrar e Eli estava na plateia com o Israel, eu já
tinha dado de mamar e quando comecei a falar Eli saiu para limpar a fraldinha
dele com cocô. Grande não foi a surpresa quando ele percebeu que o fraldário
era no banheiro feminino e quando ele olhou para trás tinha duas senhoras, que
começaram a pedir a ele para ajudar a trocar o bebê, visto que ele era o homem
e não sabia trocar. Israel tinha apenas uns 3 meses, depois de muita
insistência de Eli tentando provar a elas que ele sabia trocar as fraldas do
filho dele, elas pegaram o trocador e deixaram ele trocar.
Bem depois disso
percebemos que a paternidade ainda tinha muito que ser construída ou
desconstruída e que muitas vezes para ela nascer, era preciso que as mães
permitissem isso também. A caminhada continua e no decorrer dessa construção,
os papéis se inverteram. Eli trabalhava meio expediente e eu fui chamada para
um novo concurso que deveria trabalhar o dia todo, isso permitiu que Eli
vivenciasse e fizesse coisas de pai, porém que nossa sociedade insiste em dizer
que é “ajuda”, aliás quem disse que os papéis se inverteram mesmo?
Pois bem, e o desfralde?
Foi com o papai. O processo de deixar a chupeta? Foi papai A responsabilidade
com o almoço? E a rotina a ser cumprida? O Papai e no momento do desmame
noturno, quem ficava com o bebê também? O papai.
A última vez que levamos
ele ao pediatra, sim porque sempre vamos juntos na medida do possível, Israel
se assustou, pois tinha residentes na sala. E todos ficaram impressionados que
o único que conseguiu acalmá-lo e fazer com que ele retornasse à sala e
deixasse a pediatra o examinar foi o: PAI
Obs. Se tivesse o mamar
ele perderia... rs
Mas eles têm um vínculo
tão forte que é lindo, ele sabe que pode confiar no Pai que tem. Aliás sabe
como ele chama meu esposo? Papai amor. Lindo, né?
Para concluir, esse
último feriado nosso pequeno acordou vomitando, e não parava, vomitou todo o
quarto e depois eu peguei ele e levei para o banheiro... ele vomitou mais um
pouco, eu dei banho nele e quando enrolei ele na toalha e sair do banheiro, o
quarto já estava todo limpo do vômito. Uau, que nível chegamos, eu não precisei
olhar, reclamar, pedir ou chamar, naquele momento Eli sabia perfeitamente o que
deveria fazer. Como eu fiquei feliz em saber que nós finalmente entendemos que
cuidar e educar um filho é um dever dos dois, é uma obrigação dos dois é o
papel dos dois. Então, hoje escrevo esse
texto, em agradecimento, ao meu esposo não por me ajudar, mas por cumprir o
papel dele de Pai
Você já agradeceu a uma mãe, por ela amamentar o filho? Ou por ela dar banho e trocar fraldas dele? Então, porque quando o Pai faz isso a gente se espanta? E enaltece? É porque infelizmente isso ainda não é regra, e meu esposo é a exceção. É claro que existe gratidão em tudo que foi dito, mas repito, não por ele estar me ajudando, mas sim por que ele é o Pai do filho dele. Minha oração e meu maior desejo é que como mães, pais e sociedade civil em geral finalmente entendamos que PAI , não é ajudante de mãe. PAI É PAI.
Pai, seja Pai do seu filho de verdade.
Mãe deixe seu companheiro ser o Pai de verdade, deixe ele errar, ficar com medo, inseguro, ele aprenderá a ser pai. Nós aprendemos a ser mãe, eles conseguirão. Sociedade, entenda que Ser Pai é um compromisso pra vida inteira e não uma mera ajuda.
...
Obs. Paternidade se constrói e não é tal fácil quanto parece, mas com persistência e paciência chegaremos lá. Nós ainda não chegamos, estamos no caminho.
Ana Costa (Nai)
Pai, seja Pai do seu filho de verdade.
Mãe deixe seu companheiro ser o Pai de verdade, deixe ele errar, ficar com medo, inseguro, ele aprenderá a ser pai. Nós aprendemos a ser mãe, eles conseguirão. Sociedade, entenda que Ser Pai é um compromisso pra vida inteira e não uma mera ajuda.
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Obs. Paternidade se constrói e não é tal fácil quanto parece, mas com persistência e paciência chegaremos lá. Nós ainda não chegamos, estamos no caminho.
Ana Costa (Nai)
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