
Essa frase foi escrita por Nina Simone, que era uma pianista, cantora, compositora e ativista pelos direitos civis dos negros norte-americanos.
E lembrei
dessa frase agora de manhã, por uma situação que aconteceu com nossas crianças. Eu
tenho apenas um filho de 3 anos e 6 meses, desde que mudamos para esse bairro
em Moçambique, fizemos questão de conhecer a vizinhança e convidar as crianças
para brincar aqui em casa. Então há 3 meses recebemos as crianças aqui, pela
manhã e à tarde, nas férias eram 21 crianças, quando as aulas começaram apenas
3 meninos continuaram fielmente a vir. Fidi, Rubens e John eles já são
praticamente de casa.
Hoje porém chegaram mais 3 crianças, penso que deve ser pela quarentena, como ainda eram poucas e estavam brincando ao ar livre permiti. Enquanto eu estava em meus afazeres eu ouvi muitos gritos do meu filho Samuel, choro e reclamações. As crianças começaram a nos chamar e como eu estava ocupada meu esposo foi atender. 5 minutos depois, Samuel veio até mim chorando dizendo que os amigos tinham ido embora. Perguntei a meu esposo o que aconteceu e ele disse: Samuel começou a bater nelas, sem deixar elas pegarem os brinquedos, então elas apenas se retiraram e foram embora.
Hoje porém chegaram mais 3 crianças, penso que deve ser pela quarentena, como ainda eram poucas e estavam brincando ao ar livre permiti. Enquanto eu estava em meus afazeres eu ouvi muitos gritos do meu filho Samuel, choro e reclamações. As crianças começaram a nos chamar e como eu estava ocupada meu esposo foi atender. 5 minutos depois, Samuel veio até mim chorando dizendo que os amigos tinham ido embora. Perguntei a meu esposo o que aconteceu e ele disse: Samuel começou a bater nelas, sem deixar elas pegarem os brinquedos, então elas apenas se retiraram e foram embora.
Eu fique,
espantada, primeiro que isso nunca aconteceu e segundo da atitude das crianças
de irem embora, elas arrumaram todos os brinquedos e mesmo sabendo que eu
sairia para dar o lanchinho a elas como sempre, foram embora. Na mesma hora
lembrei da frase acima. “Você tem que aprender a
levantar-se da mesa quando o amor não estiver mais sendo servido. ” Uau, as crianças aprenderam. Elas sempre brincaram
felizes, mas quando elas viram que a convivência não estava mais legal e estava
machucando elas, tanto fisicamente quanto emocionalmente elas simplesmente
levantaram, arrumaram os brinquedos, se despediram do meu esposo e foram
embora.
Voltando ao
Samuel, sentei com ele e o consolei, ele estava chorando porque perdeu os amigos.
Eu disse: Filho, você já viu a mamãe bater no papai, e o papai bater na mamãe e
ele respondeu: Não mamãe. Então, filho deixa mamãe te dizer uma coisa, as pessoas só
ficam com as outras ou em um lugar em que elas se sintam amadas e respeitadas.
Você bateu em seus amiguinhos, não respeitou e então eles foram embora. Se você
quiser ter amigos, você vai precisar aprender a conviver com respeito e amor,
sem gritos, sem insultos, conversando sempre para resolver os conflitos. Ele
foi parando de chorar e se acalmou. Então, prometi a ele que conversaria com os
amigos para eles voltarem e ele pediria perdão e nunca mais isso aconteceria.
Nesse relato acima
as crianças me ensinaram muito, quantas vezes vivemos em ambientes tóxicos, com
pessoas que nos insultam, nos violentam, nos desrespeitam e não temos coragem
de nos levantar e sair. Pensamos em quantas coisas temos que deixar pra trás e ficamos
ali aceitando migalhas de caridade, que não é mais AMOR.
Meu querido e
minha querida, sobretudo nós mulheres, não queira migalhas quando você pode ser
servido de um banquete. Quantas de nós aceitamos ficar em um casamento infeliz,
uma amizade tóxica, um emprego que nos violenta e desrespeita, por causa de
migalhas. A vida é curta, não importa o que te ofereçam, levante-se e saia da
mesa.
As crianças em
questão poderiam continuar aqui, recebendo os insultos de Samuel, pois elas
receberiam, lanches, pirulitos e balões. Mas elas abriram mão disso tudo, pois
não estava mais se sentindo amadas e queridas. Eu não sei se elas voltarão e
darão uma segunda chance ao meu filho. O Samuel, ficou sem tv, sem tablet e sem
os amiguinhos hoje, penso que com apenas 3 aninhos ele aprendeu uma grande
lição, se eu quero alguém ao meu lado, preciso amar e respeitar.
Se você for o
Samuel em questão, pare e reavalie as suas atitudes senão você poderá perder
quem mais ama. E se você for uma das crianças, tenha CORAGEM, levante-se agora,
arrume tudo, se despeça e saia. A vida é curta, você é uma pessoa muito
especial para aceitar qualquer coisa, você merece mais, e merece o melhor.
Ninguém merece sofrer qualquer tipo de violência, ninguém merece ser
desrespeitado, ninguém merece não ser amado.
Espero que essa
história te dê forças para seguir em frente e não olhar para trás.
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Ana Costa [Nai]